Hoje é o último dia de duas semanas seguidas, das Fases Finais Concentradas dos Campeonatos Nacionais Universitários (CNUs), que decorrem (ainda) em Guimarães. É o momento mais alto do calendário do Desporto Universitário nacional, pois integra 12 competições de equipa, desportos que em regra são os mais apreciados em Portugal.
O Desporto Universitário, na sua componente competitiva é ainda pouco divulgado, insuficientemente (re)conhecido, e raramente investigado. Uma das consequências deste facto, passa pelo facto da sua responsabilidade direta, quer em termos políticos, quer na sua gestão operacional, estar quase exclusivamente centrada nas Associações de Estudantes, quer a nível local, quer a nível nacional. A estratégia, planeamento e gestão deste setor desportivo, necessita de um maior aporte profissional em quantidade e qualidade, tal como acontece em outros países de realidades socioculturais comparáveis com a nossa.
Um dos fatores que também têm contribuído, ao longo dos tempos, para a falta de reconhecimento generalizado deste fenómeno (embora um pouco melhor atualmente), é a sua difícil afirmação nas duas maiores cidades do País, onde o fenómeno é mais antigo, e que marcou ao longo dos tempos os agentes desportivos locais (e também de condução das organizações nacionais) com uma imagem negativa sobre este fenómeno, nomeadamente: falta de organização consistente e regular; volatilidade dos quadros dirigentes associativos; disputa das mesmas instalações desportivas para treino e competição com os clubes e associações locais, percentagem elevada de faltas de comparência a jogos; horários de treino não utilizados; utilização quase em exclusivo de atletas federados nas equipas universitárias, pouca comunicação/informação sobre as competições universitárias; e o afastamento das direções deUniversidades, Faculdades e Escolas deste fenómeno.
Por outro lado, este fenómeno, em algumas cidades de menor dimensão, tiveram um percurso no sentido oposto, particularmente na criação de sinergias e projetos comuns entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e os Clubes locais, promovendo ambas as partes e potenciado a qualidade dos resultados desportivos, na manutenção e mesmo no aumento do número de atletas ativos, quer universitários, quer federados.
Uma estratégia de abordagem ao Desporto Universitário com profissionais qualificados nos seus quadros, designadamente na Gestão e Treino Desportivo,valorizou este fenómeno nos últimos tempos em Cidades e Universidades de dimensão menor e com IES mais jovens. Ambos os lados da solução, IES e Agentesde Desenvolvimento Desportivo, aprenderam a trabalhar “de porta aberta”, com o foco nos seus atletas e equipas, gerindo melhor os seus recursos e cumprindo preceitos constitucionais no âmbito da cooperação desportiva. Para além deste fenómeno, a abordagem do conceito de “desporto para todos”, teve como consequência a criação de serviços desportivos nas IES, fazendo com que recreação, condição física e rendimento, possam todos “conviver” no mesmo local, e no fundo, fazer com que existam mais e melhores praticantes de atividade física e desporto, e é disto que o País necessita urgentemente em todas as regiões.
No Minho, aparentemente, esta “luta” está ganha, quer pelo lado da quantidade, quer pelo lado da qualidade, pois em 12 desportos de equipa destes CNU ́s, a UM e sua Associação chegaram a 9 finais!
Autor: Fernando Parente