A cidade de Braga, além de “Cidade Europeia do Desporto 2018”, inicia este mês com maior impacto até ao final do verão, um ciclo marcante de eventos culturais, desportivos, festivos e artísticos, pilar atractivo da deslocação a esta cidade de centenas de milhares de visitantes de todo o país e além-fronteiras, interagindo com a comunidade bracarense, fortalecendo a economia local, passando para o exterior a nossa boa imagem e nome, trazendo mais-valia patrimonial aos hábitos urbanos e incrementando uma cidade socializada, rejuvenescida, formada e aberta.
A capital do Minho sustenta com distinção um quadro motivacional participativo e desafiante junto dos seus residentes, implementando neles um conjunto sucessivo de propostas de espectáculos diversificados, progredindo deste modo a desabituação da abstinência aliada às respostas promocionais vindas do pelouro da cultura da autarquia liderada por Ricardo Rio.
Mesmo com o discurso da contra-informação crítica do conceito “Festas & Festinhas”, talvez rendidos pela confissão da diferença e inevitavelmente penitenciados com precário reconhecimento da evolução cultural cá do burgo, a cidade dos Arcebispos tem-se afirmado pela excelência da dinâmica imparável e crescente no terreno da cultura.
O agendamento cultural é substancial no número de iniciativas, destacando-se, a título de exemplo, a realização da 51.ª Feira Internacional da Agro, a Rampa da Falperra, a Braga Romana, que decorreu no passado dia 23 a 27 de Maio, oferecendo uma programação de 72 horas com, 200 espectáculos em palco, proporcionando como é habitual, um cenário evocativo à fundação da cidade pelo império de César Augusto, o “Festival de Teatro para a Infância” para os mais pequenos, a exposição fotográfica “Northern Corrida e Projectos Seleccionados entre 2010-2017 por Tatiana Plotnikova”, disponível ao público no Museu de Imagem até ao próximo dia 3 de junho, concertos musicais na Gnration.
No próximo mês, a “cidade autêntica” vai ao rubro com as festas sanjoaninas, um cartaz ambicioso recheado de uma programação digna e à altura das capacidades organizacionais, passíveis de deixar uma vivência memorial de um São João de Braga inigualável, repleto de alegria e cor, intransigente aos seus costumes e tradições do povo, hospitaleiro na recepção aos seus convidados e com um vasto repertório nos arraiais ao sabor barulhento do bombo, da suculenta sardinha assada, do caldo verde bem azeitado e decorado com uma tora de respeito à trincadela da broa de milho cá da terra e, para acalmar, o calor do pasto à mesa e o insubstituível verde tinto bem fresquinho, responsavelmente repetível, se for o caso.
Nesta sequência e com outra simbologia épica aludida à reparação de um passado estático nas iniciativas promocionais do comum cultural e artística realizado na cidade de Braga, tem havido uma profunda preocupação dos responsáveis municipais e de outras organizações não autárquicas, promover com intensidade todos os meses, um calendário de iniciativas de eventos culturais de elevado nível, que vão desde cinema, teatro, exposições, visitas, recitais ou concertos musicais, oficinas de trabalho, palestras, etc., tudo num deslumbrante cuidado por quem nutre o prazer oferecer à comunidade bracarense um projecto entusiasmante e emblemático de uma cidade com performance no desenvolvimento artístico e cultural qualitativamente certificado cá dentro sem precisar de ir lá fora, é óptimo, mesmo que se apregoe por aí a mediocridade, dos invejosos mentores da tese “festas & festinhas”.
Autor: Albino Gonçalves