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Feitos num governo nunca antes alcançados

É sabido que todos os nossos argumentos podem ser classificados em duas grandes categorias – indutiva e dedutiva. Argumentação indutiva diz respeito a factos de que não há certeza absoluta da sua veracidade e, como tal, a argumentação é mais ou menos graduada. Sendo graduada a argumentação resulta sempre numa conclusão provável ou de probabilidade indutiva.

Argumentação dedutiva resulta de factos verdadeiros e já verificados e, como tal, a sua conclusão não poderá deixar de ser verdadeira ou deduzida validade. E como factos são factos verdadeiros e verificáveis, mesmo que nos sejam desagradáveis, vamos enumerar alguns feitos num governo prestes a terminar as suas funções, em resultado do fim da legislatura.

Mesmo que legal, pela primeira vez, não deixa de contrariar a prática constitucional e a tradição da democracia portuguesa, um partido político formar governo sem ter ganho as últimas eleições legislativas (2015). Pouco tempo depois de formar governo, o seu chefe deslocou-se para um país estrangeiro onde foi entronizado e condecorado pelos seus afins, por tal feito. Nada temos contra esse povo e a sua cultura, mas não é essa a cultura da maioria dos portugueses.

Diferenciados das suas tradições, o estar perante o transcendente, a vida, o sofrimento e a morte. Por esta primeira vez, os jornalistas, comentadores claramente alinhados e os do “politicamente correto” nada observaram! Disseram e escreveram alguns comentadores que as tragédias dos incêndios de 2017, onde faleceram cerca de 120 pessoas indefesas, poderiam ter acontecido com outro governo qualquer.

A verdade é que a dimensão de tal tragédia nunca antes tinha acontecido e não há a certeza da repetição da mesma, para bem de todos nós. Poucos anos antes da implementação da democracia (1974), uma companhia do exército português foi, também descoordenada e aligeiradamente, deslocada para combater um incêndio na serra de Sintra, tendo perdido a vida 57 soldados.

Dessa altura ficaram para a história as responsabilidades políticas que, infelizmente, parecem ser as mesmas de agora! Contrariando todas as práticas das democracias conhecidas, ter no mesmo governo pai e filha, marido e mulher, pela primeira vez entre nós, retrata bem o mesmo governo e seus principais apoiantes. Dado o número de ministros, percentualmente esta endogamia é muito significativa.

Aos mesmos comentadores, alinhados por interesses, tudo isto não é importante e passa ao lado! A verdade e a transparência nas contas públicas e na economia são peças fundamentais. Também, pela primeira vez, quase não houve orçamentos retificativos aos orçamentos anuais dos quatro anos da legislatura. O problema é que, com o beneplácito de toda a geringonça, nenhum orçamento do Estado foi cumprido conforme o anteriormente aprovado!

Mesmo o déficite mais baixo é uma condição imposta pela Europa, para qualquer governo que fosse, e deveria ter acontecido alguns anos antes, caso não tivesse havido a bancarrota de 2011. Em contrário, os portugueses é que seriam prejudicados, perante as exigências das regras europeias. O governo e toda a geringonça, no início, ainda tentaram contrariar essas regras, mas aconteceu o mesmo que ao governo grego da altura.

É possível reconhecer o mérito e fazer justiça social mas, distribuir a riqueza que se não tem, é um engano! Finalmente, porque essa via nunca trouxe a nenhum povo ou país progresso e prosperidade, perante as eleições legislativas de 2019, está nas mãos dos portugueses prevenirem que se repitam os “feitos” enumerados e afirmarem se Portugal é ou não um país esquerdizado.


Autor: Abel de Freitas Amorim
DM

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3 outubro 2019