twitter

Fase negativa

O SC Braga atravessa uma fase negativa, que não era nada desejada pelos braguistas e que não era expectável acontecer com tamanha dimensão.

A primeira derrota da época aconteceu no Dragão e antecedeu as promessas de levantamento imediato rumo ao nível anterior. Promessas que não passaram das palavras, infelizmente.

O jogo seguinte aconteceu a nível europeu, com a receção aos desconhecidos belgas do Union Saint-Gilloise, que partilhavam a liderança com os brácaros. Uma vitória significaria um passo adiante no objetivo de terminar em primeiro lugar. Após uma primeira parte realizada globalmente abaixo do esperado, houve uma entrada forte no segundo período que deu a vantagem aos Gverreiros do Minho. Parecia conseguido o mais difícil. Puro engano, porque a complicação maior revelou-se em manter a vantagem alcançada, com os minutos finais a mostrarem que existe sempre margem para piorar o que está mal. A igualdade chegou nos últimos minutos e parecia satisfazer os belgas, que abdicaram do jogo de seguida.

Porém, o futebol tem coisas estranhas e, sem se perceber bem como, o verdadeiro gelo chegaria à Pedreira no final dos descontos, período em que praticamente não se jogou, perante a permissividade de uma árbitra francesa incapaz de gerir o antijogo dos belgas. O futebol consegue ser cruel e, por vezes, premiar quem prevarica na batota de fazer tudo menos jogar, que deveria ser o objetivo desta modalidade.

Os braguistas, saídos da Pedreira feridos na alma pela derrota europeia, compareceram em massa para a receção ao GD Chaves, que não passava a sua melhor fase. Contudo, os valentes transmontanos começaram o encontro tão bem que quem se atrasou alguns segundos nem viu o golo que decidiria o resultado. Era tudo o que a equipa de Artur Jorge não precisava nesta fase em que as coisas parecem sair todas mal, que remete os braguistas para a saudade de tempos não muitos distantes em que as coisas fluíam e as vitórias surgiam com demasiada naturalidade.

Em abono da verdade, devo referir que a equipa lutou e nunca desistiu, encontrando pela frente as vicissitudes em que o futebol é pródigo, em que os caprichos aparecem algumas vezes com requintes de malvadez. Diziam alguns adeptos, com razão, quem falha assim não pode ganhar, tais eras algumas das chances clamorosas desperdiçadas.

Este encontro mostrou um adversário que tudo fez para sair sorridente de Braga, o que viria a conseguir. A minha reprovação vai para a postura miserável dos flavienses, assim como da maioria das equipas, de usar todos os truques e mentiras para evitar que a bola rolasse na relva. É estranho como uma equipa de futebol quer fazer tudo menos jogar, que deveria ser o seu único objetivo. Quando assistimos a uma peça de teatro os atores procuram fazer o seu melhor individualmente, para que o espetáculo coletivo proporcionado seja do agrado do público. Claro que isto é o que se passa na maioria dos espetáculos, com o futebol a querer ser diferente para pior, surgindo os comentários dos “especialistas” para referir que “a equipa lutou com as armas que tinha”, mesmo que isso tenha prejudicado o futebol. Para a história ficam os resultados e eles são as avaliações de muita gente, pelo que quem o serve, ou dele se serve, se agarra a tudo para obter a salvação.

Uma nota final para a fraca arbitragem de Cláudio Pereira e o péssimo auxílio do VAR, Fábio Veríssimo. Além de revelar um mau sentido posicional em campo, pareceu condicionado pela vontade de querer o regresso da “normalidade” na tabela classificativa. Depois de permitir o antijogo permanente aos flavienses, o árbitro deixou passar em claro uma mão na sua área, de avaliação subjetiva, e, antes, na mesma área, uma falta escandalosa sobre Ricardo Horta, que passou em claro. Inadmissível, com a tecnologia disponível.


Autor: António Costa
DM

DM

13 outubro 2022