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Estatuária e “internet-based ignorance”

1 Será que anda alguém a querer “tramar” os Africanos ?). Acho estranho, numa época de razoável convivência étnica (e em que a própria velha Europa, mãe de tantos impérios transatlânticos está, ela própria, na prática, a ser colonizada por povos de outras regiões) estranho que de repente se crie e exacerbe um clima de culpa contra os europeus e norte-americanos, sobre este assunto. E tudo, a propósito de um único incidente fatal de notório exagero da acção policial; do qual resultou um morto (por acaso, afro-americano) no remoto estado do Minnesota. Agravado por, apenas uma semana depois, nova morte ocorrida na cidade sulista de Atlanta, após bem documentada prolongada resistência violenta a uma detenção; e em que a vítima roubara uma pistola eléctrica (“taser”) a um polícia; disparou 2 vezes na fuga e acabou por ser baleado mortalmente. Cá por mim, duvido que a popularidade das pessoas de raça negra saia muito beneficiada do facto de um (e depois, apenas outro) incidente localizado, terem dado azo a tantas manifestações, destruições e saques pelo Mundo fora (aliás, boa parte das manifestações, de dimensão não muito significativa e quase todas só frequentadas por jovens ultra-esquerdistas, mas tão ampliadas pelos “media”). E depois, que após aquelas duas mortes ocorrerem, muitos governantes democráticos por esse planeta afora, fizessem descabida “mea culpa”, e dissessem sentir necessidade de que toda a nossa Civilização se altere e que reconheçamos que afinal temos “vivido em pecado mortal”. E que temos sido indesculpavelmente burros por não nos termos apercebido disso… Não haverá aqui instrumentalização dos afro-americanos para outros fins? 2 É que hoje, a influência africana na cultura euro-americana é bem grande…). Para os nossos pais e avós, este cenário seria até inimaginável. P. exemplo, quase toda a nossa música ligeira (sem necessidade) sofre influência africana (são os ritmos, as repetições melódicas básicas, os estilos de interpretação, a percentagem de artistas estrangeiros famosos, etc.) É a invasão do nosso futebol (até nas selecções nacionais!) por jogadores de todos os continentes. É a valorização dada ao “Jazz”. É a crescente aceitação social (antes não existente) de casais inter-raciais em que a mulher é que é europeia. É a desproporção de locutores indianos, magrebinos e africanos em canais de TV, como a BBC, CNN, BFMTV e a própria SKY. 3 Será mesmo o racismo que pontifica na Grã-Bretanha?). Talvez não. O 1.º ministro “conservador”, Boris Johnson, é um simpático judeu. A ministra do Interior é a hindustânica Priti Patel. O min. das Finanças é outro indiano. Tal como Khan, o “mayor” de Londres. Entre muitos outros. Depois, moram lá, mais de 2 milhões de afro-descendentes e 4 milhões de hindustânicos. Ao lado, na Rep. da Irlanda, o 1.º ministro Varadkar, é também indiano. As selecções inglesas de futebol, há anos que incluem (como as da França) uma maioria de afro-descendentes. E por aí fora… 4 Danificar ou derrubar monumentos, por encomenda). Que sabem de História, hoje, a maior parte dos jovens? Pouco ou nada. Muitos, por terem cursos técnicos, nem a estudaram. Os outros aprenderam uma “pseudo-História” tendenciosamente anti-europeia, internacionalista, marxista, feminista, pos-modernista, com mais lacunas factuais que um queijo suíço. E tida por “uma não-ciência”, que cada qual pode contar à sua maneira. Os verdadeiros iconoclastas são quem paga àqueles jovens sem cultura nem respeito, para destruírem os “monumentos”. Em latim, “monumentum”, quer dizer “aquilo que deve ser lembrado”. A culpa é também da geração anterior, que formatou esses moços. Hoje os jovens não lêem livros nem jornais, limitam-se a “interagir” nas redes sociais ou, quando muito, a ler resumos pre-mastigados de livros. Ironicamente, foi sucesso na Europa em 2017, o livro de Catherine Nixey, “A chegada das trevas” (“ The darkening age”) que se reporta a “revoluções culturais” similares, ocorridas nos finais do Império Romano. 5 Churchill e o Pe. A. Vieira?). Ultra-esquerdistas detestarem gente grande como Paul Krueger, Nelson, Jeff. Davies, Cecil Rhodes, Clive, é normal. Porém, danificar estátuas de Churchill (um anti-fascista com sangue índio pelo lado da mãe); de Baden-Powell (que, parece, foi “maçon”); ou do p. António Vieira (com uma avó mulata e que passou os seus 90 anos de vida a defender índios e judeus) é decerto fruto da sua “internet-based ignorance”. 6 O factor-Trump e o factor-México). Neste ano de eleições americanas, aos traficantes mexicanos de droga (e de migrantes), convém agora refocalizar o racismo nos negros e não neles próprios, uma “minoria” de ilegais que desde os anos 60 aumentou até aos 50 milhões, nos EUA.. 7 Na prática, o anti-racismo favorece certas “raças”). Trata-se sobretudo (mas não só) da numerosa raça mestiça, em qualquer das suas “nuances”. Com prejuízo objectivo de todas as outras. 8 Os grandes traficantes de escravos eram cristãos-novos). Eu não conhecia os tais Colston (de Bristol), nem Milligan. Mas sabia que os grandes intérpretes do comércio triangular mundial (ouro, escravos e açúcar) dos sécs. XVII e XVIII eram quase todos, de sangue hebreu (“gente de nação”, como então se dizia). Sobre o tema, cf. o notável historiador brasileiro José Gonçalves Salvador, em p. ex. “Os cristãos-novos, povoamento e conquista do solo brasileiro”.
Autor: Eduardo Tomás Alves
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23 junho 2020