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Estão a chegar… os polícias da verdade!

No Estado Novo havia uma instituição detestada por exercer um poder censório. Era a Censura. Os mais velhos ainda se lembram desta. Eu recordo-me bem pois vi alguns dos meus artigos censurados e não tinha escrito nada que fosse imoral, perigoso para a paz e segurança do país.

Pensava que a Censura tinha acabado e que jamais seria reactivada. Estúpido. Com alastramento do chamado “pensamento único” e do “politicamente correcto” seria de supor que não demoraria muito a aparecer em força a «POLÍCIA DA VERDADE». Devagarinho, mas com persistência, foi-se preparando o caminho.

Por exemplo, entre nós, em documentos oficiais, já aparecem designações absurdas e anti-naturais. A NOVILÍNGUA já circula e não deixa alternativa. Pai, Mãe? Não! Progenitor A (1) e Progenitor B (2). Homem e mulher? Não! Cis-Homem e cis-mulher….para não “ferir por ódio de género” ou discriminação os trans….

Acaba de ser publicada (17 de Maio pp) a CARTA PORTUGUESA DE DIREITOS HUMANOS NA ERA DIGITAL, uma proposta aprovada pelos Partidos políticos presentes no Parlamento, sem qualquer oposição. E o Chefe de Estado, já promulgou!

A intenção parecer ser louvável. Parece, mas não é! Não é pois cria o que chamo a «POLÍCIA DA VERDADE». Esta vai exercer um policiamento sobre o que se escreve nas redes digitais. Vigiar e censurar! E vai distribuir “selos de qualidade” por quem for politicamente correcto, uma forma de convidar à auto-censura e à mordaça que aquele que escreve vai ter que colocar ou deixar que lha coloquem!

Quem se der ao trabalho de compaginar o Decreto-Lei n.º 22469 do regime anterior (1933) com o que foi publicado agora, como referi, verá que há uma semelhança muito próxima.

A Liberdade está em perigo!

A ditadura do «PENSAMENTO ÚNICO» avança perante a passividade bovina dos eleitores!

Como se pode compreender o silêncio dos cidadãos?

E os deputados, pelo menos os que não são patetas e defendem uma sociedade livre e responsável, deram o seu aval pelo voto de aprovação ou pela detestável e incompreensível abstenção? Como é possível que o Presidente tenha promulgado a lei sem um comentário?

A «Polícia da Verdade», ao serviço do poder e de quem o ocupa, por quem será controlada?

Tenho medo (mas não compro cão!) do futuro do meu país que gostava de ver próspero, livre, tolerante …

Mas o futuro não me deixa vislumbrar um Portugal livre dos “bandos” agressivos do “Politicamente correcto” e do pensamento uniforme.

«O Estado apoia a criação de estruturas de verificação de factos por órgãos de comunicação social devidamente registados…» (art.º 6.º). Ou seja, o Estado vai criar uma «Polícia da Verdade». Queremos este Estado policial? Eu, não!


Autor: Carlos Aguiar Gomes
DM

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27 maio 2021