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Estamos nos cuidados intensivos

Penso que todos os portugueses sentem e conhecem os vários cancros nacionais que nos sugam. De todos o maior, é esta saga de milhares de milhões que a banca portuguesa perdeu ou gastou, destruiu ou deixou rapacear. 

Nunca houve os mínimos de capital para se investir, os resultados económicos do país sempre em lixo, a política orçamental sempre aos solavancos e ruidosa, a dívida pública e a privada sempre em crescimento, a estabilidade financeira actua/

/vive com base na publicidade que encomenda, a competitividade é sonho/ocasional e o cenário político actual não é confiável: doente, e vive-se assiduamente nos cuidados intensivos.

Este Governo socialista/extrema-esquerda, inquieta qualquer cidadão. A razão da sua origem tem posto em bicos-de-pé a comunidade europeia; a paz política e social existente causa dúvidas, calafrios e, proporciona até um viver paradoxal: revolucionismo permanente entre os Partidos e, na rua, nada se passa, nada se ouve. No Governo, não se sabe ao certo se é a extrema-esquerda que faz refém o Partido Socialista ou se é este que sequestra ou dá ordens àqueles. 

O populismo começa a vislumbrar-se e não parece estarmos muito longe de populismos, como os verificados noutros países. Temos o presidente Donald Trump da América, real populista; tivemos o populismo do não da Inglaterra à União Europeia; temos as mentalidades bolorentas daqueles que já proibiram a religião das Testemunhas de Jeová; temos também aquele campo de concentração para homossexuais, onde já estarão a ser torturados e mortos, e muitos mais casos poderíamos mencionar.

Ora a sã democracia é representativa, todos cabem nela, todos crescem nela e é na sã democracia que a todos se escuta e com todos se procura ser justo: procurando sempre a autonomia da sociedade civil, a primazia dos direitos do homem e a livre circulação de pessoas e bens. E o populismo da extrema-esquerda ou da extrema-direita, nada disto gasta, contesta, fomenta o proteccionismo e o nacionalismo.

Vai-se percebendo que tanto entre nós como noutros países da Europa, cada vez mais os eleitores se desviam das urnas de voto. O povo “sente” que não é correspondido nas suas ânsias; não vê que tanta doença social encontre medicação para a irradiar ou atenuar; o povo “sabe” que votar nestes partidos políticos, é como escrever no molhado. 

Quem não se apercebe da chusma de políticos “independentes” que têm surgido ultimamente ou até se dizem não serem de esquerda nem de direita? É prova provada que os Partidos estão caducos, nada dizem, buscam tachos e, o populismo aparece naturalmente. E se Portugal pode dizer que já vive no populismo de extrema-esquerda ou com um Governo sub-reptício de extrema-esquerda, o populismo de extrema-direita também já existe entre nós, só que à espera de ocasião, uma vez que programa existe e (matreiramente) badalado, como por exemplo: 

“trabalhas toda a noite numa qualquer profissão para pagares os estudos e o Estado tira-te 25% para dar a quem nada faz”; “a nossa geração não precisa de subsídios. Só queremos que nos deixem trabalhar”; “o Estado protege os criminosos. Quem nos protege a nós”; “o Estado rouba-te os sonhos ou convidam-te a que emigres, mas entregam os teus sonhos e o teu futuro a quem nada faz, a quem não quer trabalhar”, etc. Etc.

Sendo assim, os Partidos políticos da maior parte dos países europeus, inclusive Portugal, pois claro, têm que se renovar, aperceberem-se com a devida profundidade dos problemas locais e dar-lhes solução, terem estadistas e não clubistas, fazer guerra à vida rapace, procurarem as pessoas mais capazes e, fomentarem uma autêntica mudança de mentalidades, que tragam ao povo o optimismo, a confiança, a alegria do trabalho e verdadeira razão de viver. Por sua, vez a União Europeia, tem de actuar em plena democracia e num programa político e económico capaz de saber distribuir com mais justiça social os bens, que todo o homem vai produzindo. E como escrevi há dias: “Ninguém é perfeito, mas…” – Cuidado com os cuidados intensivos.

(O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)


Autor: Artur Soares
DM

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28 abril 2017