A Quadra Natalícia é, naturalmente, a época que promove o consumo. Durante esta época festiva, os apelos ao consumo intensificam-se e os consumidores encontram-se mais vulneráveis à persuasão das estratégias de publicidade, sendo mais frequentes os comportamentos de compra impulsivos e irrefletidos. Da facto, investigações recentes demonstram que os consumidores estimam que efetuarão gastos natalícios superiores aos realizados em 2016 com presentes, alimentação, decorações e eventos sociais, como festas e jantares de amigos. No mesmo sentido, os dados do Gabinete de Proteção Financeira da DECO demonstram uma tendência de aumento anual do número de pedidos de apoio no mês de Janeiro, situação devida, em grande parte, ao endividamento registado na quadra festiva que se inicia.
Adicionalmente, o contexto atual de otimismo generalizado dos últimos tempos e o maior incentivo generalizado de recurso ao crédito, que se tem manifestado por superiores índices de concessão de crédito ao consumo e mesmo de crédito à habitação, exigem cuidados acrescidos por parte de todos os consumidores. Desta forma, a DECO considera indispensável alertar os consumidores para a necessidade de um planeamento cuidado dos gastos durante a época festivaque se inicia, de forma a promover uma gestão ajustada do orçamento disponível e, acima de tudo, prevenir situações de endividamento excessivo.
Para tal, a DECO aconselha a elaboração de um Orçamento Mensal:
⇒ Este deve ser um comportamento normal de planeamento financeiro que permite assegurar uma gestão eficaz dos rendimentos disponíveis;
⇒ Permite identificar qual o saldo disponível após o pagamento de todos os encargos mensais obrigatórios – no fundo, o saldo disponível para a realização de gastos extra, como os gastos natalícios. Assim, ao rendimento do seu agregado familiar proveniente de salários, pensões, abonos ou outras fontes, deduza as suas despesas com habitação, transporte, saúde e serviços públicos essenciais. Elabore também um Orçamento Natalício, ou seja, faça um plano do que prevê gastar com presentes, alimentação, decoração e eventos sociais. Quanto aos presentes, evite compras de última hora e por impulso – quanto menos tempo tiver para pensar nos presentes, maior a probabilidade de gastar mais do que tinha programado. Defina a quem pretende oferecer um presente neste natal e o orçamento para cada pessoa em função do seu saldo. Compare os preços e as opções disponíveis. Opte por comprar online, pois este meio permite uma comparação de preços e opções mais cuidada, evita gastos com deslocações e uma tomada de decisão mais ponderada. Outras opções para poupar nos presentes passam por oferecer prendas em conjunto ou fazer os próprios presentes.
Quanto à alimentação, planeie com tempo as refeições festivas, de forma a limitar o gasto total e a encontrar alternativas mais económicas. Quanto à decoração, recicle e procure inovar na decoração com originalidade, recorrendo aos objetos decorativos que utilizou nos anos anteriores. Poderá também criar os seus objetos decorativos a partir de embalagens, papel e outros materiais que já tem em casa e cujo destino é muitas vezes o lixo.
Quanto aos jantares de natal de amigos, de colegas de trabalho e de outros grupos, poderá ter de optar por uns e excluir outros. Poderá também propor que sejam realizados em casa e partilhar os gastos que serão sempre mais reduzidos do que as idas aos restaurantes.
Estas são algumas estratégias que poderão contribuir para uma gestão mais eficaz do orçamento disponível e para a prevenção do endividamento excessivo, evitando problemas de instabilidade financeira no início de 2018.
Autor: Lúcia Miranda
Espaço DECO: Quadra Natalícia
DM
3 dezembro 2017