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Ensinar a sonhar

Setembro é mês para dar as boas vindas e desejar um excelente ano letivo a toda a comunidade educativa, onde se inserem os(as) professores(as), diretores(as), pais e mães, alunos e alunas, auxiliares, entre tantos outros.

Setembro é o mês onde se inicia a viagem pelo sonho, pela vivência partilhada em sala de aula, pelo conhecimento e transformação. São estes anos, sem dúvida, as melhores fases da nossa vida e que deixam marcas e saudades para sempre.

A Escola ganha cada vez mais importância na construção do futuro das gerações e, por isso, é cada vez mais frequente o desenvolvimento de projetos que coloquem em harmonia e trabalho conjunto todos estes elementos que atrás referi dentro dessa comunidade educativa.

Sempre foi e será de extrema importância o domínio das relações interpessoais entre professores e alunos, quer na forma como se representam mutuamente, quer nos processos e dinâmicas que são inerentes ao relacionamento na sala de aula.

O desenvolvimento e formação da criança e jovem, sempre foi (ou deveria ser) partilhado, entre várias instâncias, variando exclusivamente o grau de influência e o papel desempenhado por cada um dos parceiros, em função da realidade cultural vivenciada. Todos somos diferentes, vivemos culturas e costumes distintos e, fruto disso, a educação que temos também depende dessa nossa realidade social.

A evolução sociológica vivida nas últimas décadas, a grande velocidade e que alterou as rotinas diárias sociais, leva-nos à necessidade de uma maior flexibilidade, autonomia e abertura das organizações escolares para fazer face à complexidade da tarefa que lhes é destinada.

Educar é uma tarefa complexa e exige que o aluno na escola não seja apenas disciplinado, mas também que esteja motivado e seja um educando activo. Para que isso aconteça na perfeição, deveremos ter presentes uma verdadeira “sinergia” entre todos os elementos do habitat natural dos alunos.

Atendendo a todas estas considerações, não poderia estar mais satisfeito e feliz ao ver criado em Braga, aceite e aprovado pelo Agrupamento Alberto Sampaio, mais um Consórcio Associativo para se dedicar às Atividades de Enriquecimento Curricular. Dele fazem parte o SYnergia, o TINBRA, a Equipa Espiral, a Cidade Curiosa e a Associação Karaté Portugal.

Segundo a Direção geral da Educação, estas atividades, que decorrem no1.º ciclo do ensino básico, são de carácter facultativo e de natureza eminentemente lúdica,formativa e cultural que incidem nos domínios desportivo,artístico, científico etecnológico, de ligação da escola com o meio, de solidariedade e voluntariado e da dimensão europeia da educação.

Fazendo valer todas as palavras descritas em Decreto, vemos no presente e nos objetivos ministeriais a necessidade de alargar a comunidade educativa também à sociedade e às suas organizações sociais, que ajudam assim a passar valores de solidariedade e preocupação comunitária.

Já aqui por várias vezes defendi este método não formal como um dos melhores veículos de ensino a ser utilizado. Por isso, esta conquista de desenvolvimento das AEC’s pelo Movimento Associativo será uma oportunidade para todas estas organizações mostrarem o quão importante é viver estas experiências, brincar, testar, sonhar, representar, entre tantas outras oportunidades.

Levar às escolas teatro, desporto, jogos de desenvolvimento cognitivo, tradições, costumes populares e atividades diferenciadas (como artes plásticas, yoga, karaté, rugby ou skate) é mais um sonho concretizado. Agora, depende de todo o grupo mostrar bons resultados, o que sinceramente acredito e anseio.

Que no final do ano letivo as crianças abrangidas “sonhem” mais e se desenvolvam num ritmo saudável e estimulante. Que as futuras gerações sejam exigentes dessa educação partilhada, em sociedade, e que a mesma traga valores de harmonia entre todos que, infelizmente, se foram perdendo nos últimos anos. Mas, havendo vontade e trabalho de todos, rapidamente se recuperam e desenvolvem.

Um abraço e até à próxima crónica.


Autor: Ricardo Sousa
DM

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25 setembro 2018