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Será que escutamos atentamente a Palavra de Jesus? Convém olhar para os frutos que produzimos quando a ouvimos. Foi Ele próprio que nos preveniu. É pelos frutos que seremos conhecidos e avaliados (cf. Mt 7, 16).
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Jesus vem para nos «encher»: com a Sua presença, com o Seu amor, com a Sua paz.Ele quer que deixemos de ser – apenas – nós para passarmos a ser um com Ele (cf. Gál 2, 20).
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Acontece que, por vezes, em lugar de vivermos à imagem de Cristo, ficcionamos um Cristo à nossa imagem. E é assim que vamos idealizando uma espécie de «self Christianism», um Cristianismo à medida de cada um.
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Onde, no fundo, nos devíamos «encher» com o Evangelho, optamos por fazer «inchar» o nosso eu. Pensamos que ganhamos muito com isso. O problema é que acabamos por perder tudo nisso.
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Como bem notou Karl Rahner, unicamente Jesus Cristo é a «resposta total à pergunta total». Só n’Ele nos reencontramos. Só n’Ele nos realizamos. Só Ele nos felicita. Só n’Ele somos felizes.
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Há um certo Cristianismo com muito sabor a mundo. Não seria melhor um mundo com mais sabor a Jesus Cristo? Afinal, somos muito «conservadores» até no momento em que declaramos «progressistas», «vanguardistas» e muito «abertos». Porque é que, no meio de tanta «abertura», não nos abrimos mais a Jesus Cristo?
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Cuidado com um certo «populismo eclesial», que insinua que se pode ser cristão à medida de cada um. Importa perceber que, no Evangelho, não há «autarquia», mas «cristarquia». O Cristianismo não se constrói à imagem de cada um, mas só – e sempre – à imagem de Cristo.
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É cristão quem quer, mas não da forma que quer. Só se é cristão vivendo como Cristo quer (cf. Mt 6, 10). Quando Jesus fala da porta estreita (cf. Lc 13, 24), não diz que ela esteja fechada ou que seja intransitável. Pelo contrário, até nos convida a passar por ela.
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A porta é o próprio Jesus (cf. Jo 10, 9). É pela «porta Jesus» que temos de entrar para à salvação chegar. E como se entra pela «porta Jesus»? Justamente pelo caminho da humildade.
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Não é em vão que Jesus Se apresenta como «manso e humilde» (Mt 11, 29). Só pela via da humildade o nosso eu deixará de «inchar» para se «encher». Em Jesus. E com Jesus!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira