Desde o início da corrida à liderança do PSD que Pedro Santana Lopes repete, quase à exaustão, uma ideia: a da necessidade de clarificação.
Houve tempos em que era comum considerar-se que pouco ou nada separava o PSD do PS. Ambos os partidos pareciam ser os representantes portugueses da chamada Terceira Via, da social-democracia europeia dos anos 90 e 2000. No entanto, depois, todos sabemos o que, infelizmente, aconteceu: veio a crise; veio a Troika; veio o período de ajustamento. Tudo mudou.
Chegámos, então, a várias constatações: constatámos as falhas; constatámos que o modelo era falível; constatámos a necessidade de acrescentar algo mais para que os fins da social-democracia se mantivessem passíveis de serem atingidos. E, por tudo isto, PSD e PS separaram-se outra vez, de forma acentuada, no espectro político e aos olhos de todos.
Percebemos – ao contrário dos socialistas – que aos princípios da liberdade económica, da liberdade cultural e da liberdade social do indivíduo, da manutenção de um Estado social que proteja os mais fracos e do respeito pelos princípios europeus, há um novo princípio que se junta e se tem como imprescindível na viabilidade da social-democracia: a sustentabilidade.
A sustentabilidade das finanças públicas; a sustentabilidade do sistema de segurança social; a sustentabilidade do mercado de trabalho; a sustentabilidade do serviço nacional de saúde; a sustentabilidade ambiental. Chegámos, no fundo, à conclusão de que sem o respeito por este princípio, não garantimos nenhum dos outros.
E é esta: é esta pequena-grande questão que hoje nos separa do PS e que nos empossa na importantíssima responsabilidade de sermos o único garante da social-democracia moderna em Portugal.
É que se o País deve ser governado para o presente, também o deve ser para o futuro; não deve, pelo contrário, ser governado para atender apenas às necessidades imediatas de muitos pequenos grupos, sacrificando o País: o de hoje e o de amanhã.
Pois que, agora, é colocada aos militantes do PSD a possibilidade de clarificarem aquilo que é, do ponto de vista mais íntimo, o partido e qual deve ser a sua colocação no espectro político português.
Queremos um partido que respeite os princípios que nos separam do PS? Ou queremos um partido aberto a suportar um governo de António Costa quando o PS voltar a perder eleições?
Queremos um partido que prepare Portugal para o Futuro? Ou queremos um partido que se preocupe apenas com a espuma dos dias?
Queremos, à frente do partido, um homem que sempre defendeu Pedro Passos Coelho em tempos de salvação nacional? Ou queremos quem sempre o criticou, de mãos dadas com a extrema-esquerda?
Queremos um partido que garanta a social-democracia moderna em Portugal? Ou queremos um partido que se confunda, em vários aspetos, com a Frente de Esquerda que hoje governa o País?
Pois que, caro leitor, é esta. É esta a clarificação que Pedro Santana Lopes refere de forma tão assertiva, de forma tão necessária, de forma, também ela e salva a redundância, tão clarificadora e que tão bem o separa do outro candidato à liderança do Partido.
É por isto, assim, que também em Braga deve a escolha recair sobre Pedro Santana Lopes. Sobre o único dos dois candidatos à liderança do PSD que quer o partido do lado certo da história. Que honra o nosso passado recente e que vê o futuro com respeito pela social-democracia que os bracarenses, os portugueses e Portugal querem e merecem.
Autor: João Rodrigues
Em Braga: porquê Pedro Santana Lopes

DM
12 janeiro 2018