Santo Natal para os muito estimados leitores(as) e, sobretudo, da comunidade cristã, religiosa e agnóstica pacíficas. “Em 2021 o IPCA é uma Universidade Politécnica de Excelência, reconhecida pela qualidade da sua formação, utilidade da produção científica e transferência de conhecimento para a sociedade e pelo forte contributo para o desenvolvimento sustentável da sociedade”. É uma das principais ideias que fazem parte do plano estratégico 2021 do IPCA-Instituto Politécnico do Cávado e do Ave. Um plano da nova presidência, i.e., a Srª Profª Doutora Maria José Fernandes. Uma candidatura que, com muita honra, fui um dos primeiros subscritores. Sou admirador do seu trabalho sempre inconformista, eficaz e com resultados que beneficiam todo o universo IPCA e, portanto, Portugal. Plano estratégico que é muito bem concebido. A única parte que não estamos de acordo é a transformação do IPCA em “Fundação Pública de Direito Privado”. E todas as pessoas de boa fé compreendem o porquê da n/opinião. Não apenas porque sou conselheiro reeleito democraticamente da Comissão de Fiscalização e Disciplina do Sindicato Nacional do Ensino Superior (diametralmente contra as “fundações do ensino superior”), órgão colegial de 9 membros que inclusive presidi entre 2012/16, mas também porque seria contra as minhas mais profundas convicções ideológicas de cariz social-democrata germânico e nórdico, para além de que significaria uma incongruência da minha parte defender o contrário do que andei sempre a dizer durante anos (e faço-o por amor ao ensino superior público a 200%). E mais, daqui a uns anos, até poderemos estar perante muitas mais “fundações públicas de direito privado”. Mas se o IPCA tem hoje uma óptima presidente, quem nos garante que o “Homem/Mulher do leme” do futuro, terá a mesma qualidade? A transformação do nome IPCA em UPCA-Universidade Politécnica do Cávado e do Ave é um legítimo anseio da esmagadora maioria da população da região envolvente, mas também do próprio Minho, Portugal, da Europa como um todo. Como disse bem o Sr. Ministro do Ensino Superior Manuel Heitor, que esteve dia 18/12/17 no “IPCA”, “os nomes não importam, mas sim a investigação”. Ora, foi precisamente isso que em 1992 a investigação e legislação britânicas (Further and Higher Education Act 1992)chegaram à conclusão, no Reino Unido, da necessidade de passar os nomes de Politécnicos a Universidades, para inclusive atrair ainda mais alunos internacionais e sem prejudicar os seus “objectivos adaptados e profissionais politécnicos”. Assim, são as seguintes “Novas Universidades”, ex-Politécnicos britânicos: Anglia Ruskin University, Birmingham City University, Birmingham Polytechnic University of Brighton, Bournemouth University, University of Central Lancashire, Coventry University, De Montfort University, University of East London, University of Greenwich, University of Hertfordshire, University of Huddersfield, Kingston University, Leeds Beckett University, Liverpool John Moores University, London Metropolitan University, Manchester Metropolitan University, Middlesex University, University of Northumbria at Newcastle, Nottingham Trent University, Oxford Brookes University, University of Plymouth, University of Portsmouth, Sheffield Hallam University, South Bank University, Staffordshire University, University of Sunderland, Teesside University, University of the West of England, University of West London, University of Westminster, University of Wolverhampton, University of South Wales, New University of Ulster-Ulster University, Edinburgh Napier University. Todas estas instituições chamavam-se antes “Politécnicos”. O Governo de Portugal não poderá deixar de respeitar a vontade democrática do Povo, se necessário através de referendo, na adopção do nome UPCA-Universidade Politécnica do Cávado e do Ave ou Universidade do Cávado e do Ave. Outra coisa, óbvia, é exigir que mestrados e doutoramentos sejam lecionados e orientados por Doutorados e não por “especialistas” de qualidade muito duvidosa ou mesmo nula do ponto de vista académico.
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira