- Tanto nos habituamos a ele que quase já não pensamos nele.
O sino tornou-se-nos tão familiar que só damos conta dele quando deixa de tocar.
2.Quem se mobiliza, hoje em dia, ao som dos sinos?
Como indica a própria palavra, «sino» é sinal («signum»). Trata-se de um sinal para agregar, para reunir, para juntar.
3.Eram os sinos que avisavam as pessoas da proximidade das celebrações.
Era pela cadência ritmada do som emitido dos campanários que cada um saía da sua casa para a Casa de Deus.
4.Ao formar assembleias, os sinos fermentavam comunidade e geravam povo.
No templo rezava-se e nos átrios convivia-se. Os cidadãos sentiam-se verdadeiros «filhos da Igreja». Foi, aliás, de «filho da Igreja» («filius Ecclesiae») que veio a «freguesia», a autarquia mais presente em cada localidade.
5.Além da sua óbvia função eclesial, os sinos cumpriam – e, em parte, ainda cumprem – uma importante função social.
Era pelos sinos que se sabia que alguém tinha sido baptizado. Era pelos sinos que se notava que alguém tinha morrido. E era pelos sinos – tocados a rebate – que se tomava conhecimento dos maiores sinistros como os incêndios.
6.Foi o Papa Sabiniano que, no século VI, tornou obrigatório o uso dos sinos.
Há quem diga que eles foram a primeira ferramenta de «marketing» da história. E, além de ter sido a primeira, terá sido também a melhor.
7. É o que pensa Alexis Periscinoto, que, em abono da sua tese, aduz razões pertinentes.
«Quando os sinos tocavam, eles atingiam 90% dos habitantes de uma população, mudando o seu comportamento pessoal». As pessoas guiavam o seu dia ao som dos sinos.
8. Acresce que, «quando todas as casas eram baixas, os cristãos construíam igrejas com torres seis vezes maiores. Isso permitia o reconhecimento imediato da igreja».
O «logótipo» dos cristãos também é o melhor: é a Cruz. Ela estava «sempre colocado no ponto mais alto e visível das igrejas».
9. Os sinos não pararam a tocar. Mas nem todos por eles se deixam mover.
Temos, por isso, de usar outros «signos» e de investir em novos «sinos».
10. Há que recorrer às «sms» e ao «facebook». É preciso fazer «soar» esses meios, se possível de forma personalizada.
Estes novos «sinos» até chegam mais longe. E podem motivar pessoas que, de tão acostumadas aos outros sinos, já nem sequer os ouvem!
Autor: Pe. João António Pinheiro Teixeira