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É fácil ganhar dinheiro

Todos os citados e aqueles que ficaram na penumbra da memória, tinham um traço em comum: o sucesso de vendas devia-se ao facto de serem invenções e não reproduções de outras invenções. Todos estes inventores tiveram as suas dificuldades em penetrar nos mercados respetivos, uma vez que os instalados faziam contra vapor para que o novo produto não vingasse, como é natural que assim seja. Mas não desistiram e a sua persistência (agora parece que se diz resiliência!) e, acima de tudo, a certeza do valor comercial do seus inventos, levaram-nos até aos grandes distribuidores e colocadores de mercado.

Se esta luta tem de ser travada e se esta persistência e fé têm de ser firmes, uma coisa é certa, é que nada disto tem valor sem o valor do produto. E este é tanto mais fácil de se impor quanto mais novidade for, isto é, quanto mais único. Um dos males do mercado e sua saturação advém precisamente de aparecer no mercado uma inundação de cópias do original. Não é fácil combater ou mesmo erradicar a contrafação, porque os copiadores de mercado são muitos e cada vez mais sofisticados. Penso que apreender as mercadorias nas feiras e lugares de romarias, é alguma coisa, mas o mal não está só aqui, penso que está nas fábricas que os produzem. Prende-se o cigarro sem prender o fumador.

À ASAE cortaram-lhe as asas que voavam alto, obrigaram-na a voar baixinho, não fosse lá das alturas onde pairava, e deveria voar, estivesse a ver coisas que “nem às paredes confesso”. O perigo comercial de qualquer invenção é a contrafação. Vamos descobrir pelos revendedores os fornecedores; pelos fornecedores os produtores e assim chegaríamos à fonte que está na base e circuito da contrafação. A cassete pirata ainda não acabou. A investigação a nível industrial tem de ser tão necessária como indispensável.

As indústrias não podem ficar-se pela “fábrica” de outros, tem de lançar no mercado coisas novas. Dou um exemplo que todos conhecem: a cortiça. Estes senhores industrializaram-na e não se ficaram pelas rolhas e batoques. Estudaram as suas caraterísticas, procuraram nelas a aplicação diversificada e atiraram para o mercado coisas de utilização prática. Quem poderia sonhar em ter um vestido, um guarda-chuva ou uma carteira de senhora feitos em cortiça? Mais recentemente um jovem arquiteto diz ter uma película que cobre os telhados e capta energia solar! E a automatização dos automóveis, está aí ao virar dos tempos próximos.

Estes inventores vão fazer muito dinheiro com os seus inventos. Vão ser ricos sem ser exploradores do homem pelo homem, vão admirar aqueles que se limitam a tirar “fotocópias”; se os que sonham que devemos ser todos iguais, nem que seja pela mediocridade, não veem esta realidade, então travemos os inventores até que os medíocres cheguem até eles. É fácil ser-se rico mas só se é rico pela invenção.

 

Autor: Paulo Fafe
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19 junho 2017