“Você pode falhar muitas vezes, mas só realmente será um fracasso, quando começar a culpar os outros”. Knox Manning - actor americano (1904-1980)
1 - O país não está bem. E não se percebe, a razão de não estar bem. Os portugueses não estão bem. E não se percebe, a razão de não estarem bem. O governo não está bem. Aqui percebe-se, a razão de não estar bem. Não está bem, porque não presta. Não é competente. Não sabe governar. Quem faz da “habilidade” o móbil e a estratégia da governação não pode ir longe. Não pode ter sucesso. Além disso, o governo entrou em modo de desgaste interno. E acelerado. Está demasiado cansado. Sem iniciativa. Limita-se a ir simplesmente a reboque dos subsídios da UE.
2 - A inflação vai comendo impediosamente os salários e daí o poder de compra estar de rastos e haver menos consumo. Menos consumo, menos crescimento económico. Os juros sobem. Os preços da energia estão instáveis com probabilidades de altas subidas. Os alimentos encarecem. Não se pode adoecer. Horas de espera. E depois macas nos corredores dos hospitais. Mas, o SNS funciona bem - dizem eles. As dificuldades aumentam. O desânimo naturalmente instala-se.
Contudo, neste cenário de crise e de desnorte há sempre uma escapatória para justificar os insucessos. E os insucessos de gestão económica e financeira têm interferência directa, e irremediável na vida das pessoas. Quando se é fraco e de visão curta procura-se, ali ao lado, quem possa arcar com as responsabilidades. Ou com as irresponsabilidades, melhor dizendo. É assim que os socialistas, muito vozeirados, incapazes, controladores da comunicação social e trolls das redes sociais fazem no poder, com todo o à-vontade e desplante.
3 - Em 2015, logo após o assalto ao poder, o dr. Costa prometeu aos extremistas reverter todas as medidas exigidas pela Troika e que constavam no programa do Memorando. As medidas da Troika, impopulares e gravosas, foram aplicadas a contra-gosto no tempo, mas sararam o problema do acesso aos mercados financeiros. Acesso que era vital para a sobrevivência decente do país. Ao assumir as reversões por inteiro, os socialistas, felizes no tempo, também deveriam assumir os seus resultados. E é o que não fazem, quando são negativos. Nem o querem fazer. Tentam empurrar esses insucessos para os outros. Não é justo. Nem decente.
O que se passa hoje no país é, portanto, da inteira responsabilidade do dr. Costa e dos socialistas. Estão no poder há sete anos. Muito tempo para fazer coisas. Como nada fazem, querem dar nas vistas com propaganda, claro. Não adianta nada, portanto, despachar essas responsabilidades para Passos Coelho, para a Pandemia e agora para a Guerra na Ucrânia. Não adianta mesmo. Fica-lhes mal e dá má nota à política nacional.
4 - Com a famosa geringonça, a promessa raivosa estava em primeiro lugar: a austeridade iria desaparecer de vez do quotidiano da vida dos portugueses. Toda a gente de bom senso sabia e sabe que tal coisa era e é impossível, uma vez que o país não gera riqueza suficiente para proporcionar uma vida normal e decente a todos os portugueses. O que aconteceu foi um estrondoso embuste. A austeridade, conotação fortemente negativa e, até, arrepiante, não desapareceu. Existe e está bem viva. Metamorfoseou-se com “mestria” e “habilidade”, em cativações e em desinvestimento público. E em mais impostos. Era a maneira fácil de enganar a conjuntura, as necessidades, os extremistas cúmplices e os portugueses de um modo geral.
5 - Prometeram também falar verdade através do emblemático e intragável chavão “palavra dada, palavra honrada” como, numa democracia a sério, não fosse uma exigência falar verdade e cumprir as promessas que se fazem. No fim, torpedearam a palavra e a honra, iludindo os mais crentes e os apaniguados do costume de uma forma descarada e incompreensivelmente ingénua. Em vez de cumprirem a promessa de uma nova vida e um futuro risonho para todos, deram e dão shows de propaganda para adormecer os incautos. Para aumentar a sonolência oferecem uns euritos aos mais vulneráveis socialmente. Desta maneira, vêem-nos felizes e a darem loas por estas ajudas verdadeiramente singulares
6 - A verdade é que em sete anos no poder não se vê nada. Atiram o “nada” para Passos Coelho. Como esta já não pega, endossaram-na para a Pandemia. E agora quem aguenta as culpas é a Guerra da Ucrânia. A seguir, não sei. Mas vão arranjar um bom alvo. Ai isso é que vão! Pela certa!
Autor: ArmindoOliveira