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Duas medidas com dois pesos…

“Grão a grão, enche a galinha o papo” é um provérbio popular com sucesso, quando se pretende, com sacrifício e paciência, juntar todos os “patacos” para se conseguir um papo cheio e satisfazer os desejos de riqueza e bens que pretendemos alcançar na vida.

A autarquia de Braga, apesar do fraco investimento público no ano transato e ausência conclusiva de projetos urbanísticos, dantes vistosos aos olhos dos bracarenses, mas em incumprimento de liquidez aos fornecedores, procurou delinear uma estrutura pilar na melhoria da saúde dos cofres do município, induzidos em coma profundo pelos excessos da ambição durante 37 anos.

A primeira medida aplaudida foi a dissolução da Sociedade Gestora de Equipamentos de Braga (SGEB), que vai custar aos cofres do município um preço alto, qualquer coisa como 48,5 milhões de euros, ficando para mais tarde a indemnização que é devida aos acionistas privados.

Esta parceria dos sintéticos, protocolada pelo ex-presidente da Câmara, Mesquita Machado, nunca foi bem contada aos munícipes, motivando desconfiança na sua estratégia.
Nesta sequência, erradicado mais um “quisto sebáceo” na economia do município bracarense, o desaparecimento da SGEB, inicialmente a custo doloroso e libertado de compromissos de endividamento acrescido, proporciona uma poupança anual de 3 milhões de euros.

A segunda medida, com peso certo, incide sobre o corte de 30% sobre o subsídio compensatório à Empresa de Águas, Efluentes e Resíduos (AGERE), prevendo-se com esta deliberação uma poupança de 700 mil euros em dois anos, ou seja, eliminando mais uma gordura nefasta ao bom ritmo da recuperação financeira da autarquia.

A AGERE, empresa com 51% do capital detido pela Câmara Municipal de Braga e situação em franca expansão através de uma gestão geradora de lucros líquidos, tem tido uma capacidade na melhoria qualitativa na sua área de intervenção, regenerando a sua logística, inovando procedimentos formativos junto dos seus recursos humanos, apresentando-se com outra postura de imagem mais sociável, acompanhando atempadamente as necessidades básicas provindas dos munícipes.

Nesta sequência, desafoga-se meritoriamente através da poupança ao investimento para cobrir uma herança demasiadamente endividada, invisível e com reduzido impacto aos olhos dos bracarenses. E continuar a pisar a linha vermelha do alto risco da insustentabilidade económica seria um colapso financeiro.

Com estas decisões, corretas de interesse público para a cidade e seus residentes, há muito mais trabalho de remoção progressiva de acordos negativos para a saúde financeira dos cofres da autarquia, sendo óbvio que estando mais abastados, a cidade e os bracarenses ganharão com isso.


Autor: Albino Gonçalves
DM

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24 abril 2017