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Dois luzeiros na noite cerrada: São Maia e Tino Gonçalves

Estas palavras singelas mas belas, como que são pinceladas de um retrato dos dois amigos. Não sei se se conheciam. Sei que os conheci e sempre com “rostos suaves, pacificados, acolhedores…” e com um sorriso aberto, “calmante”, difusor de alegria interna, de pessoas que estavam de bem consigo e disponíveis para os outros.

E para o Outro. O sorriso destes cristãos, que o eram sem exibicionismo, mas com a presença assertiva de quem acreditava na vida, que serviam cada um a seu modo. Creio que  quem quer que fosse e qualquer que fosse a sua crença, ficam cativados pelo seu sorriso evangelizador. Simples. Acolhedor. Disponível. Como um abraço forte e que não aperta.

Nestes dias sombrios, tão diáfanos ao nada… a São e o Tino eram um Sol iluminante. Por onde passavam deixavam um rasto de luz. Da Luz sem ocaso. Essa luz que brilhava nos seus rostos  continua a iluminar-nos de cada vez que pensamos neles.

À sua partida, disse-o aos familiares de cada um, respectivamente ao Zé Maia e à  Susana, que aquele dia era dia de “Te Deum”, pois se na Terra perdemos amigos, ganhámos dois intercessores pela sua família, pelos amigos e por todos os homens. E, por isso, tínhamos a obrigação de dar graças a Deus por aquelas vidas luminosas. 

Conheci melhor a São e o Zé, mesmo antes de casarem (estive no seu casamento), e pude ver e acompanhar de perto este casal, até porque trabalhámos juntos alguns anos. Sempre foram um para o outro e com o outro. E sei que ambos eram um para os filhos. E sei que os filhos eram um para os seus pais. Construíram uma comunidade trinitizada. Dedicaram, e sei que vão continuar com a presença noutras paragens da São, toda a família, a sua vida, ao serviço do ideal da Unidade e da Comunhão que abraçaram e do qual nunca se afastaram.

Perdi dois luzeiros? Não! Nesta noite de cada dia em que somos convidados a mergulhar face ao colapso moral desta sociedade, a São e o Tino, continuam  a luzir. Eles iluminarão sempre o caminhar de quem os conheceu. O sorriso deles, era o sorriso de Deus, sem que dê a esta asserção um carácter hiperbólico. Deus, discreto, sorria nos seus rostos.

Obrigado São e Tino pelo vosso sorriso iluminante!… E já agora, rogai a Deus por mim, junto de Quem, tenho a certeza, já estais.

 

Autor: Carlos Aguiar Gomes
DM

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16 fevereiro 2017