Começo por endereçar os parabéns a Artur Feio, pela esmagadora maioria de 70% dos votos na eleição interna para a presidência da Secção da Concelhia do Partido Socialista de Braga. Esta amostra é uma prova que a “velha guarda” dos tempos áureos cor de rosa poderá estar em vias de extinção ou hibernada por tempo indeterminado.
O recente eleito socialista, que ocupa um lugar na vereação autárquica bracarense, manifestou, em termos dogmáticos, o seu desagrado com o presidente da Câmara, Ricardo Rio, pelo incumprimento das suas obrigações, acusando-o de “incompetente” e de mau gestor.
Caro vereador Artur, isso é feio e revela o desnorte da ausência de alternativas credíveis para fazer política local séria e responsável junto da comunidade bracarense.
Se fossemos ao sótão buscar o baú dos 37 anos de gestão autárquica “orquestrada” pela era do “mesquitismo”, certamente teríamos um amontoado de registos de incumprimento, dúvidas de transparência ou falta de esclarecimento na execução de atos administrativos, dívidas herdadas que puseram o município na linha vermelha da sua sustentabilidade financeira, atropelos à harmonização arquitetónica, paisagística e social da cidade, descalabro imobiliário, implementação exígua dos espaços verdes para dar lugar a túneis, e muito mais, que deixaram sinais traumáticos numa população habituada a outros costumes e formas de viver de acordo com as suas tradições, sem ambicionar o desenvolvimento e o acompanhamento da exigência dos padrões da modernidade, culturalmente enriquecida, fundamental na sua expansão competitiva e económica, nomeadamente no rejuvenescimento do comércio convencional e na atração dos grandes negócios para a região.
Percebe-se que o impacto negativo do passado da governação local seja um “machado de guerra” a todo o custo para ser enterrado, ou pretende-se passar uma esponja de sabão rosa nos olhos dos bracarenses, supostamente habituados ao trato comestível saloio de autarcas manifestamente proeminentes na intenção de mostrar obra (mal feita), na conquista objetiva na manutenção dos cargos politicamente eleitos.
Nestes dois mandatos da liderança de Ricardo Rio é compreensível porque não há outra forma de conter essa ideia. A oposição municipal não faz eco robusto do seu desempenho, fica torcida e arranja uns “paninhos quentes” irrelevantes para evidenciar a sua existência, sinais de vida politicamente incorretos e de notável fragilidade na retoma do “namoro” com o eleitorado bracarense, amplamente saturado de uma gestão autárquica indiferente à mitigação dos alertas oriundos de várias direções proclamadas pela cidadania dos munícipes.
Não esqueçamos que a cidade de Braga ainda hoje se debate no reajustamento dos erros estratégicos da gestão autárquica do antecessor do atual presidente da Câmara, na revisão de parcerias lesivas às finanças do cofre municipal, reposição estratégicas no PDM, eliminação de injustiças no apoio de solidariedade social, devolução do espaço urbano aos bracarenses.
Obviamente, nem tudo está saudável na equipa autárquica de Ricardo Rio. Alguns pelouros precisam de dinâmica, para suprimir a tendência amorfa ou revitalizar alguma presumível sonolência das suas atividades interventivas.
O histórico, sem seguidismo inclinado, demonstra que a cidade de Braga, nestes últimos cinco anos, está numa fase de reabilitação pragmática e regenerada, sem o risco da “multa” do velocímetro desadequado, sem desníveis, mais humanizada, sinergética e palco de mobilidade turística nunca visto.
Ora, enquanto formos por este caminho, não é bonito, porque é feio, chamar nomes ou fazer avaliações falaciosas, completamente infundadas a um gestor autárquico que vai dando o “corpo e a alma” em nome da excelência e do superior interesse do bem-estar dos seus munícipes.
Autor: Albino Gonçalves