Apesar do país estar em férias, é por demais evidente que os nossos políticos trabalham preparando listas, programas, promessas capazes de motivar o eleitor na hora do voto. Não sendo este o momento, nem o local para falar das pessoas escolhidas pelos partidos políticos, que por certo escolhem os melhores…. uma verdade não pode ser ignorada, vamos escolher pessoas para cargos que influenciam a nossa vida e, no entanto, raramente as conhecemos.
Somos convidados a escolher entre os que esses partidos entenderam servir melhor os seus interesses em primeiro lugar, os seus interesses políticos e obviamente os próprios candidatos com interesses pessoais, por vezes mesmo de um primeiro emprego. O sistema permite o "carreirismo" fácil, que em alguns casos pode ser de sucesso. Em 40 anos de Democracia muita coisa mudou entre nós, para trás ficam agora os mais velhos… os pensionistas e reformados, a geração que viveu Abril, mas também a que realmente sofreu com o regime anterior.
O facilitismo, o compadrio foi encontrando espaço, onde outrora imperava a exigência, o conhecimento e o rigor. Não significa que nos tempos modernos não tenhamos pessoas competentes e válidas, nalguns casos com diversas formações mesmo a nível superior, apesar de jovens, o que significa tiveram de estudar muito, mas raramente têm experiência profissional.
A muitos cidadãos faz espécie a forma como pessoas tão jovens ocupam cargos de grande responsabilidade e decidem sobre questões de interesse comum. Agora que votar vai ser de novo um dever e escolher, uma forma de transmitir a nossa vontade, parece oportuno lembrar que urge falar claro e apresentar programas exequíveis, isto é, possíveis de executar.
Recentemente alguém perguntava porque, na nossa terra, muitos planos e promessas transitam no poder local para programas seguintes… sem que grande parte dos cidadãos cuide de comparar os programas. Isso acontece nomeadamente em Tadim, onde um espaço prometido para lazer, útil para crianças e idosos, ou mesmo para apoio a instituições sociais da terra, continua a ser promessa, perante a estranheza dos moradores do outro lado da Linha, que durante décadas esperam ver ali qualquer coisa de útil, em vez de terreno abandonado à espera de limpeza da Autarquia. Vamos refletir e apesar das contrariedades do sistema, aguardar por melhores dias, para bem dos cidadãos e do país.
Autor: J. Carlos Queiroz