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Disseminar a luz pelas trevas da existência

Relativamente ao conceito de Igreja, impregnada de racionalidade, afeto e determinação para a humanidade da pessoa em si, fui colhê-lo ao “Cristianismo- Essência e História”, por intermédio do abalizado teólogo Hans Küng. Diz este Teólogo: “a Igreja é uma congregação ou comunidade de fiéis, que se empenharam pela plenitude da Pessoa e pela causa de Jesus Cristo e que de tal dão testemunho como esperança para todos os homens. Desde logo, por conseguinte, se a Igreja trai a causa de Cristo, em vez de a servir e nobilitar, peca contra o seu próprio Ser. Até o seu nome indica quanto a Igreja deve estar ao serviço da causa do seu Senhor. A Igreja é a reunião convocada por Deus.” Condicionado, para o bem ou para o mal, por tais afirmações, vou agora, estimulado pela ôntica vida do meu ser, elaborar uma teórica bomba de hidrogénio, com a virtualidade de destruir todas as mentirosas políticas e religiões que adornam as nossas fictícias estruturas existenciais e fazer nascer um sol resplandecente iluminador de toda a verdade e de toda a mentira como mentira. A bomba de hidrogénio e o sol resplandecente estão espalmados e a latejar com vida na nossa ôntica e radical natureza, criada por Deus à sua semelhança e imagem. É simples, eterna e brilha, como um sol luminoso; é transcendental na sua abertura e aceitação, sem resíduos de dúvida aniquiladora do amor transcendente, que é Deus; é relacional, com fundamento nas relações ônticas do bem universal, da fraternidade, da empatia, da compreensão, do perdão, da ternura, da solidariedade… Vão ser, esta bomba e este sol, que vão calcinar e iluminar todas as estratégias cognitivas, relativistas, subjetivas, individuais, emotivas, motivacionais, prestigiosas e poderosas, que adornam, fortalecem e veem, com agrado, todas as mentiras e astúcias elaboradas pela falsa autonomia, pela falsa liberdade e responsabilidade, que vestem, domingueiramente, o comportamento existencial das pessoas. A igreja parturiente é constituída por toda a reunião de crentes, com fundamento no uno, que está ao serviço da causa de toda a humanidade para humanizar. A igreja parturiente, na política humanista, fundamentada no uno, impera na verdadeira democracia. Na religião, o relacionamento (uno, afetivo e relacional), dentro da congregação dos fiéis, deve rodopiar à volta do radical e ôntico ser humano, como saída para o Divino Transcendente e assim disseminará a Luz de Cristo pelas trevas da existência. Nota da Direção: Este artigo foi enviado para o Diário do Minho pelos familiares do Dr. Benjamim Araújo antes do seu falecimento. Publicamo-lo com autorização da família.
Autor: BENJAMIM ARAÚJO
DM

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10 outubro 2018