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Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação

Com esta iniciativa, o Papa  oferece-nos um momento importante para renovar a nossa participação na vocação pessoal de cuidadores da criação, elevando a Deus o nosso agradecimento pelas obras maravilhosas que Ele confiou aos nossos cuidados, pedindo ajuda ao Deus Criador para a proteção da criação e a sua misericórdia diante dos pecados sociais cometidos contra o mundo em que vivemos.

A preciosa Encíclica ecológica do Papa Francisco “Laudato si” recorda que a terra “se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma mãe, que nos acolhe nos seus braços”. Mas sabemos que a terra está a ser maltratada e saqueada e os seus gemidos unem-se aos clamores de todos os abandonados do mundo. Com esta Encíclica, o Papa convida-nos a ouvir esses gemidos e clamores, exortando a todos a uma “conversão ecológica”, a “mudar de rumo”, assumindo a responsabilidade de um compromisso para o “cuidado da casa comum”. E, consequentemente, o cuidado com a criação.

Enfrentamos atualmente muitos desafios, como as mudanças climáticas, a questão da água, a crise ecológica e as mudanças nos estilos de vida. Por isso, o Papa convoca-nos para uma ecologia integral como um novo modo de justiça, ou seja, uma ecologia “que integre o lugar específico que o ser humano ocupa neste mundo e as suas relações com a realidade que o circunda”. A crise ecológica é um apelo para uma profunda conversão interior.

Deste modo, com simplicidade, podem ser realizadas pequenas iniciativas sobre educação ambiental; como a valorização e o cuidado com a água; como fazer a reciclagem do que é considerado lixo; evitar o desperdício da alimentação; o plantio de árvores e tantas outras atividades que podem tornar-se verdadeiras e eficientes campanhas.

Cabe, de modo primordial, aos pais e educadores, multiplicar iniciativas de reflexão e partilha no sentido da consciencialização de que a natureza antes de mais, é um presente que recebemos do Criador, e como todo o “dom” traz em si uma tarefa: é necessário preservar a obra de Deus. O problema é que só nos lembramos disso quando algo de errado acontece. Por exemplo, quando nos deparamos com a seca em algumas regiões é que pensamos em ter mais cuidado com o uso da água.

Por outro lado, precisamos de tomar consciência de que o planeta nos pertence, assumindo atitudes de verdadeiros guardiões diante dos seus recursos que muitas vezes se revelam escassos…

O Papa Francisco, falando da Criação do mundo durante uma das suas celebrações, afirmou que preservar a criação e ter zelo pela natureza é tarefa dos cristãos e não somente dos ecologistas: “Quando ouvimos falar que as pessoas se reúnem para pensar em como proteger a Criação, podemos dizer: `Mas são ecologistas?` Não, não são ecologistas! Isso é ser Cristão! Um cristão que não preserva a Criação, que não a faz crescer, é um cristão que não se importa com o trabalho de Deus, aquele trabalho que nasceu do Seu amor por nós”.

Portanto, defender a natureza e agir com responsabilidade na preservação dos seus recursos vai além do papel dos ecologistas. Também é missão da Igreja e dever de todos nós… Não podemos esquecer que, para vivermos bem, é preciso que a natureza também viva, e cuidar dos recursos que ela oferece é uma forma de agradecermos a Deus, que pensou em cada um de nós e nos deu de presente toda a criação.

Quando o Papa em 2015 instituiu o Dia Mundial da Oração e Cuidado da Criação, ano do lançamento da Encíclica Laudato Sí, o Santo Padre explicou o porquê deste dia: “Para oferecer a cada fiel e às comunidades, a preciosa oportunidade de renovar a adesão pessoal à sua vocação de guardiões da criação, elevando a Deus o agradecimento pela obra maravi- lhosa que Ele confiou ao nosso cuidado, invocando a sua ajuda para a proteção da criação e a sua misericórdia pelos pecados cometidos contra o mundo em que vivemos.
Nova obra de misericórdia: Ao concluir a mensagem, numa ótica global da vida humana que inclui o cuidado da Casa Comum, o Papa Francisco diz: ” Tomo a liberdade de propor um complemento aos dois elencos de sete obras de misericórdia, acrescentando a cada um o cuidado da Casa Comum”.

E explica: “Como obra de misericórdia espiritual, o cuidado da Casa Comum requer "a grata contemplação do mundo", que nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus nos quer transmitir por meio de cada coisa". Como obra de misericórdia corporal, o cuidado da Casa Comum requer aqueles" simples gestos quotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo "e se manifesta o amor «em todas as ações  que  procuram construir um mundo melhor"!...     


Autor: Maria Helena H. Marques
DM

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1 setembro 2017