Porque tudo é economia, Portugal pode e deve aproveitar os grandes eventos desportivos para se promover, para fazer mexer o país, gerar receitas, envolver as grandes marcas e, claro, dinamizar ainda mais o turismo. E se o país tem potencial neste setor e quer, vai continuar a crescer por aí, tem de dar tudo por tudo nestes momentos. A nossa gente sabe receber bem, servir bem, organizar bem e potenciar a imagem de Portugal dentro e fora de portas.
O desemprego tem vindo a decair e o turismo muito tem contribuído para que isso aconteça. Os hotéis demonstram altas taxas de ocupação e os proprietários de imóveis têm visto os seus bens serem rentabilizados, tudo graças ao turismo. Veja-se os dados revelados por empresas do setor que provam que o turismo teve um impacto económico de 1,07 mil milhões de euros em Portugal, só no ano passado.
E se nos lembrarmos do impacto que tiveram recentemente, na nossa região, o Rally de Portugal, em Braga e o “Red Bull Air Race/Porto? Ainda não sabemos quantos hóspedes terão vindo com o objetivo de acompanhar estes eventos mas, no futuro, poderão ser muitos mais aqueles que nos visitarão por motivos desportivos, como estes.
As autarquias e as diversas regiões turísticas do nosso país devem, assim, aproveitar estas oportunidades para promover os seus valores culturais, turísticos e desportivos. Ganharão elas e ganhará também o país. Portugal está bem situado geograficamente, está perto dos grandes países europeus, por isso, é com facilidade que os adeptos se poderão deslocar ao nosso país para assistirem aos jogos/espetáculos, e com a mesma facilidade de poderem regressar às suas origens. A nossa variedade turístico-paisagística e, ainda, a diferença de poder de compra poderão tornar aliciante a combinação deste importante binómio que é o desporto e o turismo.
Todos sabemos que algumas das nossas regiões há muito que “descobriram” esta via de desenvolvimento económico-social (desporto e turismo) e começaram a investir em infraestruturas desportivas e hoteleiras tentando assim cativar para as suas regiões o turismo desportivo. Infelizmente a oferta é ainda insuficiente pelo que algumas oportunidades de negócio se poderão perder. Por exemplo, algumas das equipas europeias que estagiam fora dos seus países, durante a interrupção de inverno, não conseguem lugar no Algarve por falta de estruturas desportivas e de organização de jogos.
Então de que estamos à espera senhores autarcas, empresários e dirigentes desportivos? O interesse do desporto em geral reside cada vez mais na combinação com outros interesses, sendo um deles o turístico. Será possível entender isto? Então, “mãos à obra” que ontem se fazia tarde!
Autor: Luís Covas
Desporto também é economia

DM
6 outubro 2017