O furor do debate, justiça seja feita pela animosidade que proporcionaram ao auditório foi a troca de galhardetes entre os candidatos do PS e da CDU perante a tranquilidade e sorriso de compaixão dos restantes intervenientes que, olhavam-se estupefactos, perante um cenário surreal e hilariante e nada abonatório.
O candidato pelo PS à autarquia bracarense relançou temas polémicos na sua ótica, num quadro de desenvolvimento local mais potencializado. Mereceram reparos a rede social e habitacional dos cidadãos mais desfavorecidos e residentes no concelho de Braga; as “velhas” questões do “Theatro Circo”, “AGERE”, “TUB”; o “Simplex Municipal”; a regeneração urbana; o incumprimento de uma das principais promessas do líder do “Juntos por Braga”, a revitalização da zona das Sete Fontes, entre outros.
Ricardo Rio dava mostras de um “guarda-redes” sem grande trabalho, o contra-ataque tardava e sem garra, num debate que se esperava ter adversários bem treinados para o golear num jogo que devia ser muito competitivo.
Sem movimentos efervescentes ou gesticulação inadequada típicos do confronto em debates políticos, consolidou as respostas às questões levantadas por todos os seus adversários num ambiente de serenidade, monitorizando uma imagem de perfeito ou distinto do conhecimento sobre a abordagem das matérias em discussão pelos restantes candidatos à gestão do município depois do próximo dia 1 de outubro, um dos quais vai merecer a confiança dos eleitores bracarenses.
Relativamente à representante do Bloco de Esquerda, inicialmente mais coesa e analítica das consequências herdadas pelo passado da administração local do Partido Socialista sobre a desordenação urbana e ambiental, bem como um comércio tradicional ameaçado ou nas horas da amargura, rebatendo mas não apresentando alternativas concretas sobre uma antiga e complexa questão em alterar a formatação da recolha do lixo doméstico, ficou muito mal na fotografia quando insinuou sem deslindar, a suspeição da falta de transparência e favorecimento de Ricardo Rio, alusivo à sua visão quimérica e depreciativa de financiamento de viagens para visitar uma empresa privada.
O candidato da coligação “Juntos por Braga” desafiou peremptoriamente Paula Nogueira a provar a sua grave acusação, remetendo-se a bloquista a um silêncio bizarro, comprometedor e promissor de baixo golpe de política caseira sem estaleca, desprestigiante para quem se apresenta defensora da participação ativa da cidadania limpa, sem contornos de obscuridade nas relações quotidianas e saudáveis entre a comunidade, os cidadãos e a sua autarquia.
Aproveitar determinados eventos para lavar roupa suja sem detergente só não consegue tirar as nódoas como é uma péssima opção decisiva, uma conduta de má-fé em desuso e literalmente fracassada na credibilidade, nos objetivos e fundamentalmente nos resultados do eleitorado.
Autor: Albino Gonçalves