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De quem será a culpa?

Há uma coisa que todos nós aprendemos enquanto praticantes, e que nos custa muito admitir... quando reclamávamos com os árbitros, e só tínhamos queixa deles quando não estávamos preparados para olhar para os nossos próprios erros.

Os árbitros erram? Claro que sim!.. Tal como todo(as os jogadore(a)s erram. Falham-se passes, remates, golos, lançamentos, enfim, falham-se passes que dão contra-ataque para os adversários...e golos na nossa baliza ou pontos para os adversários. Contudo situações há nas nossas vidas de praticantes em que temos mais problemas com os árbitros, sendo que normalmente coincidem em momentos menos bons de apuro de forma ou outros e em que não estamos preparados para os admitir.

O ser humano tem uma tendência muito engraçada, ou culpa os outros de forma a não admitir os seus próprios erros, ou culpa-se demasiado, de forma a sentir-se tão impotente, que não pode fazer nada para mudar.

As duas tendências são, quanto a mim, muito ineficazes. Além de termos que olhar para as coisas como elas são, temos que enfrentar as realidades que nos conduzam a uma solução.

Com faltas ou sem faltas devemos é pensar o que poderemos fazer para que possamos ser melhores. É que não vence quem é mais amigo do árbitro, vence quem se foca no que pode fazer, quem consegue ultrapassar as adversidades, quem tem a capacidade mental de reagir com as condições que tem à sua disposição.

Os grandes atletas e grandes treinadores não falam do trabalho dos árbitros, focam-se apenas no "seu" trabalho. Falam daquilo que é da sua responsabilidade. Conheço variadíssimos árbitros que trabalham diariamente para melhorar as suas prestações, querem ser melhores, querem chegar mais longe. Se erram pelo caminho? Sim erram! E não erramos todos? Os atletas querem ser melhores e não fazem asneiras? Não há dias em que tudo corre mal? Quem quer ser melhor treinador nunca tomou decisões erradas? Nunca perdeu o controlo das suas emoções? Se cada um olhar para si, para o que está nas suas mãos, em vez de culpar os outros ou culpar terceiros, aí sim vamos crescer e ser melhores. Devemos entender que é ridículo perder energias com coisas que não tenham nada relacionado com o "nosso" trabalho, e usar essa energia para melhorar a nossa performance e os resultados. 

Se todos pudermos colaborar nestas ações julgo que poderemos ser melhores no futuro. E focando-nos naquilo que podemos controlar a nossa energia também vai aumentar e então não será melhor usá-la em coisas onde poderemos ser melhores? Vamos lá começar por aí porque a culpa não é sempre dos mesmos.


Autor: Luís Covas
DM

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16 junho 2017