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De novo o domínio das sondagens…

É também um trabalho de investigação científica, que consiste em proporcionar a correção de assimetrias em determinados espaços de interesse público, aliado ao setor económico, social, laboral, da justiça, da saúde, do ensino, da cultura, do desenvolvimento de infraestruturas, do ambiente e outros tantos, definindo melhores políticas de aplicabilidade institucional à melhoria da qualidade de vida da comunidade ou dos cidadãos.

As potencialidades das sondagens eleitorais, como substância contributiva de uma leitura antecipada do conhecimento ou das tendências dos inquiridos através da sua visão sobre os protagonistas envolvidos, podem conduzir a uma dinâmica reflexiva da vontade expressa aludida ao sufrágio do eleitorado. 

A grande questão centra-se na suspeita, insegurança ou incerteza do modelo como se apresenta à opinião pública, provocando dúvidas quanto ao rigor técnico junto do auditório a que se destina.

Esta prática em Portugal, inicialmente orientada pela Lei 10/2000, de 21 de junho (Regime Jurídico da Publicação ou Difusão das Sondagens e Inquéritos de Opinião), complementada atualmente por um quadro de diretrizes do Regulamento Delegado da União Europeia, constitui uma matriz de exigência metódica e liminarmente vigiada pela incumbência detentora do escrupuloso cumprimento dos padrões em obediência à constituição de uma sondagem à opinião pública.

No cerne das sondagens prevalece ainda uma cultura de desvalorização patente no seio das populações mais absentistas, transmitindo a dúvida do tráfico de influência a beneficiários subjacentes a interesses obscuros e perturbadores da veracidade expelida pela realidade expressa pelos cidadãos, isto é, uma sondagem nem sempre trilha com transparência a sua objetividade de auscultar sem admissão de erro ou distorção, a verdade na colheita de dados expressos pelas aspirações e expetativas dominantes pelos cidadãos entrevistados.

O sucesso das sondagens está em quem sonda e é sondado. Afastar logo o enviesamento intencionalmente político na limitação conjetural do questionário. Depois, afastar a ilusão subterrânea do engodo na objetividade do inquérito ou estudo a que se propõe ouvir a população sondada. Evitar a competitividade aguerrida com as empresas homogéneas, com resultados apurados deliberadamente errados, desrespeitáveis, falaciosos ou falsificados, classificadas de ferramentas desaprovadas pelos inquiridos e em desabono pelas entidades reguladores do setor.

É possível admitir toxicidade nas sondagens, mas acredita-se que a sua atividade no mercado tem um desempenho crucial de investigação científica, fomentando um enquadramento favorável nos valores que representam à realocação do cenário que se avizinha na comparação dos resultados do antes e do conclusivo. As sondagens devem ser como a água limpa, com o fundo à vista. 

 

Autor: Albino Gonçalves
DM

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25 setembro 2017