Como já dissemos noutro local, se a besta da corrupção anda à solta, nós, os caçadores livres, espíritos livres, também. O caminho da honestidade é muito duro, por vezes amargo e ingrato, mas o seu valor é – deixemos todos nós as falsas modéstias como o Mestre –, de valor incalculável para a evolução da Humanidade. A Fé, num significado pré-cristão é afinal fazer aquilo que se diz, ser honesto. Assim nos levou lá Maria Helena da Rocha Pereira por Cícero. Não vamos hoje penhorar muito espaço com a corrupção nas relações entre as pessoas, a qual também existe, evidente. Seja nas relações afectivas, de amizade, amorosas, seja nas relações de trabalho.
Chegará o dia em que daremos aqui alguns exemplos paradigmáticos de até onde pode chegar a burrice humana, a deslealdade rasteira, o camafeu. Sim, afinal, a corrupção é uma burrice, uma rasgada estupidez ou não fosse prejudicial, quer para os outros, para 3.ºs ou para os próprios. É como um cancro vivo que se vai auto-destruindo.
E aqui surgem grandes seres humanos como foi Nelson Mandela que encarnou o poema Invictus de Ernest Henley: Eu sou o mestre do meu destino / Eu sou o capitão da minha alma. A traição e a desonestidade nas relações humanas são desde logo uma falta de Ética. E em todas as profissões, estejamos nós a falar de pedreiros livres, crentes, cruzados iluminados, templários exilados, egiptólogos, babilónicos, ateus ou agnósticos, políticos saloios ou nobres, republicanos ou monárquicos, entre muitos outros.
Como disse o Papa Francisco, mais vale ser ateu do que ser católico hipócrita. Diríamos que mais vale ser ateu de bom coração do que religioso hipócrita. Assim como mais vale não ser professor e/ou investigador no ensino superior do que ser professor e/ou investigador corrupto que se apropria de dinheiros públicos. Que prejudica colegas de trabalho, utiliza a calúnia, a difamação e a injúria, as artimanhas todas possíveis e imagináveis para esconder as suas próprias fraquezas e suas profundas incompetências. Saberá a besta, saberá o maligno que, mais tarde ou mais cedo, toda essa panóplia de vil espiritualidade lhe cairá em cima? Seja crente ou descrente, do pó virá e para o pó irá. Então qual a diferença? É que a honestidade é imortal, a corrupção auto-destrói-se.
Ambas se dirigem para caminhos contrários. Vejamos alguns exemplos: submarinos corruptos, BPN, BPP, BES e mais não sei quantos bancos, Panama-papers e similares, Face Oculta, Herança de Feteira e homicídio, Vistos Dourados, Marquês (… conde e plebeu), Dinheiros Públicos, Privatização, prescrição de cobrança de imposto, Parcerias Público-Privadas, Contratos de permuta financeira ou swap, pedofilia, violação, tráfico de droga, luvas, “desporto”, PT e negócios ruinosos, OPA da Sonae-PT, fraude fiscal, branqueamento de capitais, peculato, falsificação de licenciatura, universidades, escolas, maternidades, orfanatos, instituições, religiões, enfim a corrupção pode estar em todo o lado, até entre polícias, fiscais, inspectores, provedores, alunos, professores, médicos, padres, ateus, homens e mulheres e depois desta “coisa” da fuga dos 10.000 milhões em paraísos fiscais sem pagar impostos, que será de nós? Continuar a trabalhar de modo a contribuir por pequenino que possa parecer para uma Justiça, que visa uma Justiça Social, um “Honeste Vivere”, com Fé, Honestidade.
Autor: Gonçalo S. de Mello Bandeira