Mas o ministro disse apenas algo como: “se eu (ministro) gastar tudo (o que me emprestam) p. ex., em “mulheres e álcool”, eu (ministro) não devo esperar que me continuem a emprestar por muito tempo”. Não falou em países específicos, muito menos em “países da Europa do sul”. Menos ainda, em Portugal, donde alguns políticos responderam com críticas ferozes.
2 – António Costa imita Mário Soares). Logo o 1.º ministro que temos, imitou o célebre dito antigo do presid. Soares para o agente da moto da BT; e energicamente declara que Dijsselbloem devia logo “desaparecer” da cena política europeia. No que foi secundado por Artur Santos Silva, o super-diplomático min. dos Neg. Estrangeiros, recém-escapado dos salpicos da tal mal cheirosa “feira de gado”. A reacção de boa parte dos políticos (mesmo os conservadores) e dos “media” portugueses lembrou mesmo a das ovelhinhas no rebanho: a certa altura uma escolhe um caminho e todas as outras vão em fila atrás...
3 – E se o ministro tivesse dito: “em droga e travestis”?). Que chique, aposto que logo metade dos críticos já “ficava em casa”... E se tivesse dito “em auto-estradas para o deserto e barragens em rios secos e, para mais, de grande valor ecológico”? Aí, já quase todos “ficavam mesmo em casa”, uma vez que a maioria hoje já percebeu que foram coisas como essas que nos levaram à quase-bancarrota socratista de 2011. Infelizmente, é vulgar que quem não tem razão se defenda desviando a conversa para outros assuntos e falando muito alto...
4 – Até “com os caracóis do senhor “embirraram”...). Tal qual o terrível vulcão islandês, por qualquer razão quase ninguém se atrevia antes a pronunciar correctamente o “complicadíssimo” nome do holandês. Daí, passaram a insultar os holandeses, referindo que, esses sim, esses é que andavam todos nos estupefacientes e a visitar o célebre bairro das montras com luzes vermelhas. E os caracóis, tão característicos do machismo mediterrânico e africano, em Dijsselbloem já parecem efeminados...
5 – Para gozar com o senhor, o melhor é ir à Etimologia). Se os críticos de Dijsselbloem soubessem que o seu nome se traduziria provavelmente por “Jerónimo Margarida (ou Margaridinha)”, aí já teriam todo um filão a explorar... É que Jeroen é um diminutivo de Jerónimo (qualquer que seja a versão holandesa, p. ex., Hieronymus Bosch). E o 2.º elemento de Dijsselbloem é “bloem” (flor, “blum” em alemão). O 1.º corresponderá ao alemão “distel” (cardo). Ou, mais provavelmente ao inglês “daisy” (margarida), cujo étimo é o velho-saxão “daeges eage” (olho do dia).
6 – Racismo e “nomes impronunciáveis”). Já os romanos gozavam com os estrangeiros (que não fossem gregos...), dizendo onomatopaicamente que eram “bárbaros” (bar-ba-ros), falavam línguas incompreensíveis. Os nossos intelectuais não tem o poder político que os romanos tiveram. Mas têm uma prosápia quiçá ainda superior. Gert Wilders? Se se lê “hhert”, não se vê logo que a criatura há-de ser estúpida e bruta? Quanto ao homem dos dinheiros, o ministro alemão Schäuble (lê-se”chóibal), ainda hoje 90% dos nossos “crânios” ainda pronuncia “chauble”. Ou o nome do 1.º ministro russo, Pútin; que o irreformável embaixador Cutileiro (e o nome deste “è bene trovato”...), tão especializado em confundir heróis com vilões (e em inverter as culpas dos que dão causa a guerras e invasões), se obstina em pronunciar “putím”. Apelido que em português corresponde a Carreira ou Estrada.
7 – Endividados mas arrogantes). Qualquer pessoa que (até eu...) tenha a mais pequena participação na vida económica, a qualquer nível, há-de concordar que uma das coisas mais irritantes é depararmo-nos com alguém que nos deve dinheiro e (como se isso já não bastasse) é malcriado e arrogante para connosco, que somos seus credores. E que, com injusta ingratidão (por nós e pelo bem que lhe proporcionámos pela nossa ajuda passada) não nos respeita, não gosta de nós e até nos provoca! Esta é a triste imagem que deram António Costa, Artur Santos Silva e Mourinho Félix.
8 – Os fóruns da TSF e RDP mostraram uma opinião pública muito dividida). Assim foi, logo no dia seguinte à “criminosa” sentença do conterrâneo de Cruijff. Observe-se que terá contribuído para tanta sanha substitutiva do líder do Eurogrupo, o recente mau resultado eleitoral do seu partido nas eleições holandesas; por sinal ganhas pelos centristas-liberais, ainda menos à esquerda...
Autor: Eduardo Tomás Alves