A palavra, ou expressão “Psicológica”, pode ser entendida como uma ação ou fenómeno que decorre no principal órgão e centro do sistema nervoso, presente em todos os animais vertebrados, e em muitos invertebrados.
Perante esta análise de palavras, quando se juntam, dão-nos uma ideia de que não é nada bom, algo que visa condenar alguém e que deverá sair sempre mal na fotografia. No Desporto, o fenómeno conhecido como “Chicotada Psicológica”, decorre quase sempre, perante resultados negativos sucessivos, e tem como resultado o afastamento do Treinador Desportivo da orientação da sua equipa. Mas ao contrário do que nos vem à ideia, ou seja, alguém levar com um chicote na cabeça, não é nada disto. Esta chicotada, visa provocar um grupo de atletas desmotivado, adormecido ou desligado do seu treinador, ou seja, é uma mensagem ou som de um “estalar de corda”, que visa despertar uma equipa para uma nova realidade, para o aparecimento de uma nova liderança.
As “Chicotadas Psicológicas”, em meu entender, servem por um lado para desresponsabilizar outros agentes dos clubes perante maus desempenhos, e por outro, ser quase sempre uma decisão mais económica, já que penaliza menos membros do grupo. Pessoalmente sou contra Chicotadas Psicológicas. É um recurso banalizado, muitas vezes premeditado e antecipado por grupos de atletas, adeptos, e quem sabe se pela comunicação social ou empresários desportivos. É, sem dúvida nenhuma, um instrumento muito penalizador para um Treinador Desportivo, que deveria cumprir um contrato, com um tempo e objetivos previamente definidos.
Nas últimas 6 épocas desportivas de Futebol Nacional, entre a primeira e a segunda liga, registaram-se certamente mais de 150 “chicotadas psicológicas”, um número assustador. Só esta época, na primeira liga, já se realizaram 17 mudanças de treinador em 13 clubes diferentes, e o mais interessante é que os treinadores vão flutuando de clube para clube, o que indica que continuam “bem” capacitados para a orientação de equipas desportivas.
Tenho para mim, que o número deste tipo de episódios, tem a ver com a falta de cultura desportiva dos agentes e assistentes desportivos, nomeadamente do Futebol. Em Portugal, ainda é difícil de entender e aceitar, que existem sempre 3 resultados possíveis num jogo, que só uma equipa pode ser campeã, outras premiadas com umas vagas em competições maiores, algumas que nem aquecem nem arrefecem, e as restantes, lá terão que abandonar o convívio de elite e dar o lugar a outras.
Fica a sugestão de ser ter mais paciência, de se planear e trabalhar melhor nos clubes de Futebol, de se avaliar com rigor as causas do insucesso desportivo, pois só assim se conseguirá corrigir o que está mal, e desta forma, evitar “Chicotadas Psicológicas”.
Autor: Fernando Parente