Num país a sério e em que as instituições funcionam com normalidade e aprumo havia consequências e contas a ajustar com esses “beneficiários”. É, exactamente, com procedimentos irregulares deste tipo que a geringonça quer que aconteça agora com o inacreditável caso que gira em volta da CGD, banco público que esteve, durante tempo demais, capturado pelos interesses das oligarquias que permitiram que umas tantas figuras de proa da cena política nacional se aproveitassem do dinheiro de todos para seu próprio uso e benefício.
Os buracos financeiros (imparidades) da CGD, na ordem, pasme-se, superiores a cinco mil milhões de euros, foram um desastre para o país e uma punhalada no coração da propalada boa gestão pública. Uma afronta às necessidades sentidas por uma larga franja de portugueses que têm uma vida “de cão” para poder responder às obrigações assumidas com a aquisição da sua moradia.Todas as rabioscas que se desenvolveram e se desenvolvem em torno da administração de Domingues foram um atentado à transparência e ao normal funcionamento democrático. A geringonça pretende, à luz da recapitalizacão da CGD, impor a opacidade, a mentira e o embuste para esconder os pecados do processo do acordo Centeno/Domingues, dos SMS e da não divulgação dos implicados na falência técnica desta instituição financeira.
É caso assente: No final, quem vai pagar estes desmandos são os desgraçados dos contribuintes que deveriam, por direito próprio, conhecer, ao menos, quem foram os principais responsáveis pelo buracão que existe hoje na Caixa. Mas, para espanto de todos, a insuspeita, a sapívora e a demagógica esquerda está sabotando todo processo que impede que se deslinde esta escandaleira. Os portugueses merecem ser informados e esclarecidos de toda a trama montada.
A estratégia do “caso encerrado” é um caminho tortuoso e preocupante para os fundamentos e para a saúde do regime democrático. Todos sabemos o que a geringonça quer em termos políticos, económicos, financeiros e sociais. Neste campo, não enganam ninguém. Claríssimo como a água. Querem a construção de uma sociedade a caminho do socialismo. Esta ideia já não é uma miragem em absoluta.
A exigência do aprofundamento dos acordos celebrados, entre os partidos radicais e o grande derrotado PS, na altura do “roubo” do poder ao PSD, vem aclarar o modelo que esta esquerda irresponsável e demagógica quer para o país. Um país vergado à ideologia. Um país suado em demagogia. Um país embrenhada em fantasias e em tontices.
Há demasiados sinais de alerta, na educação, na saúde, por exemplo, para nos predispor a estarmos vigilantes e sermos acérrimos críticos à bagunçada reinante, porque “buscar o dinheiro a quem o tem acumulado” é perigoso para o equilíbrio social, para a iniciativa privada e para uma sociedade que se deve pautar pelo mérito. Proferir balelas do género que o “PSD é um partido irrelevante e nunca necessário para governar” é demonstrativo da cegueira dos radicais socialistas que só pretendem, em Última instância, impor como norma o partido único, com pensamento único, uma democracia tutelada e com cidadãos acríticos.
Por isso, e nestas brincadeiras na governação, o PSD tem que resistir, denunciar, desmascarar e desmistificar esta ofensiva esquerdista e ser implacável na defesa de um país plural, de um país que se rege pelos valores europeus, de um país moderno e livre de dogmas, de demagogias e de igualdades balofas e inconsistentes. As forças democráticas não podem pactuar, portanto, com “casos encerrados”, nem com este polvo que está sendo estrategicamente montado neste país.
Autor: Armindo Oliveira