A calvície masculina está relacionada com níveis aumentados de uma hormona denominada diidrotestosterona. A idade em que a calvície inicia e a velocidade do processo é definida por fatores genéticos herdados do lado paterno, materno ou ambos. Geralmente o processo inicia-se por afinamento e perda de densidade dos cabelos nas regiões fronto-temporais do couro cabeludo. Com o tempo esta rarefação intensifica-se evoluindo para desaparecimento dos folículos pilosos nestas regiões, contudo o cabelo nas áreas laterais e posterior do couro cabeludo é preservado, já que estas são áreas resistentes à ação da diidrotestosterona.
O diagnóstico deve ser realizado por um dermatologista. Este irá examinar o couro cabeludo e, caso entenda, recorrer a exames complementares para determinar se efetivamente se trata de alopécia androgenética. Um exame muito útil é a tricoscopia, que permite a visualização em aumento do couro cabeludo e dos cabelos. Permite diagnosticar a calvície comum em fases muito iniciais e permite também distinguir de outras doenças que afetam o couro cabeludo.
Quanto ao tratamento da alopécia androgenética ou calvície comum, este passa fundamentalmente por tratamento médico com formulações tópicas ou comprimidos, com potencial para manter e fortalecer os folículos pilosos existentes. Os que eventualmente se tenham já perdido não são passíveis de recuperação.
Em alguns casos selecionados, em que a queda de cabelo se encontra estabilizada, pode recorrer-se ao implante capilar, mediante indicação médica. Este deverá ser realizado por um dermatologista experiente, que retira unidades foliculares da região da nuca, cujos fios de cabelo estão preservados, e procede ao seu implante na região frontal. Existem ainda outros tratamentos recentes ou experimentais com resultados muito variáveis, alguns deles promissores.
É importante ressalvar que nenhum dos tratamentos aqui referidos é milagroso, para que o paciente possa ajustar as suas expectativas e não esperar resultados irrealistas. O mais importante é procurar ajuda especializada e começar o tratamento num estádio inicial da doença, ou seja, mal se note o afinamento e rarefação capilar, para travar a progressão da queda. Numa fase avançada, com calvície instalada numa área considerável do couro cabeludo, as chances de sucesso terapêutico serão muito menores.
É fundamental ainda ter em conta que uma vez que se trata de um problema comum e com elevado impacto na auto-estima, a cultura popular está repleta de recomendações para prevenir ou reverter a calvície. Os mitos mais comuns associados a calvície são os seguintes:
-
Lavar frequentemente a cabeça aumenta a queda de cabelo – Falso: Estudos mostram não haver diferença no número de cabelos perdidos, independentemente do número que se lava a cabeça por semana.
-
O uso de gel, capacetes ou gorros aumenta a queda de cabelo – Falso.
-
Cortar o cabelo fortalece-o – Falso: O corte do fio do cabelo não afeta o desenvolvimento do folículo, que é onde fica a raiz.
Autor: Maria José Cunha Guimarães