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Livrámo-nos de boa…). Na madrugada que se seguiu à última 6.ª feira, 13 de Abril de 2018, podia ter começado, salvo seja, uma 3.ª Guerra Mundial. Três potências atómicas (EUA, França e R. Unido) avisaram e cumpriram, que iriam disparar mais de uma centena de mísseis sobre instalações militares (ou equiparadas) do Exército sírio. O qual é involuntário beligerante na guerra civil que, ignobilmente foi provocada na antes pacífica Síria, há já quase 7 anos. O legítimo governo do pres. Bashar al Assad é (ao que parece, coisa de somenos…) estreito aliado, nessa guerra civil, da militarmente poderosa Rússia, de Pútine, uma super-potência nuclear. E que me lembre, desde a crise dos mísseis em Cuba (1962), uma catástrofe mundial nunca esteve tão perto.
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Salisbury e Douma, a sobrevalorização dos falsos pretextos).A nível diplomático, a falta de respeito pela Rússia, uma verdadeira provocação montada, já começara semanas antes. Numa vila do sul de Inglaterra (Salisbury, bem perto do velho templo de Stonehenge, feito por britânicos por certo bem mais civilizados que os de hoje…), ocorreu um atentado contra um agente duplo de espionagem, que outrora trabalhou para Moscovo, um tal Skripal. A vítima está mal, mas sobreviveu; uma sua filha já teve alta; e parece que foi utilizado um gás proibido, inventado pelos russos mas fabricado na Rep. Checa. Tudo isto, muito mal provado, ainda. Contudo, sobre este corriqueiro episódio (todos sabem que é arriscado ser-se espião, quanto mais se se for agente duplo…), os “media” ocidentais montaram toda uma campanha contra a Rússia e o seu pacífico presidente. Quiçá pretendendo sabotar o Mundial de Futebol da Rússia, previsto para dentro de 2 meses… Porém, como o “caso-Salisbury” estava a arrefecer, os “media” ocidentais puseram em cima da mesa outro episódio mais que duvidoso e mal documentado da guerra da Síria, um caso recente em que teriam morrido cerca de 40 pessoas, por inalação de gases proibidos. Embora, mais uma vez, não se saiba a sua proveniência: os gases podiam ser propriedade de rebeldes ou terroristas; e terem escapado, por obra de um bombardeamento da aviação russa.
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Com a guerra já ganha, por que é que Assad utilizaria armas proibidas?). Isto não faz qualquer sentido. O duvidoso episódio, tão empolado pelas televisões ocidentais, aconteceu durante a tomada do que ainda falta reconquistar em Ghouta (o bairro de Douma), a 20 kms. da capital, Damasco. E mais uma vez, mesmo que até fosse (por hipótese académica) verdadeiro, nunca deveria merecer qualquer represália ou provocação militar, essas sim com capacidade de desencadear um conflito generalizado. O qual, qualquer tolo percebe, iria causar milhares (ou milhões…) de novas vítimas. Muitas das quais, à hora da “retaliação” americana (que já aconteceu) se encontram tranquilamente ainda, sentadas por esse mundo fora, em frente aos seus televisores.
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Falsos pretextos como estes, originaram a invasão do Iraque em 2003).E Saddam Husseyn não tinha culpa nenhuma. O mesmo se diga da Líbia de Kaddafi, o qual já há muitos anos se tinha “reformado” da sua fase anterior, anti-ocidental. E veja-se a vergonha da Líbia de hoje, dividida em 4 partes e abrigo de traficantes de carne humana.
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A Rússia está na Síria, a combater o terrorismo).Está a fazer o serviço que os EUA e os ocidentais deveriam ser eles a fazer. E não fazem, porque não se querem sujar; ou até, porque têm medo de o fazer; ou por falta de pessoal especializado. No caso da América, é até o próprio povo (o qual elegeu Trump porque este esteve contra a invasão do Iraque) que se opõe a novas aventuras mais que duvidosas. Pelo meritório papel que a Rússia tem tido na Síria, é que se torna ignóbil atacar os seus aliados (o governo sírio ou o Irão); ou as próprias tropas russas. Nesta perspectiva, critique-se o cínico papel da Turquia, que aproveita para procurar anexar áreas sírias no norte; e para duramente atacar os pobres dos curdos, a quem se deve a expulsão do dito DAESH, de várias regiões.
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Macron e Boris Johnson).Em 2017, já eu tinha avisado, sobre Macron… Depois do ataque da madrugada que se seguiu à “6ª fª, 13”, ele veio gabar-se de que tinha sido ele a convencer o cada vez mais volúvel Trump, a disparar. Macron é um personagem perigoso, acreditem; aquela palidez e olheiras como os vampiros do cinema, a esposa mais velha 30 anos… Tal qual o arrivista Boris Johnson, descendente de judeus turcos e que, ao que parece, pinta o cabelo daquela maneira que lhe dá o ar de inocente pintainho acabado de sair do ovo. Era “anti-Brexit”, mas entrou para o governo “pro-Brexit” de Theresa May, outra “mutante” como ele.
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A Rússia está de parabéns, não respondeu a esta provocação).É preciso não esquecer que a Ucrânia e a Bielo-Rússia são territórios (bem vastos e ricos, aliás) que são historicamente russos; e que Yeltsin deixou roubar. E que, se Pútine e Lavrov tivessem a mesma irresponsabilidade de Macron, Trump, May, Johnson ou Erdogan, poderia começar uma guerra mundial que incendiaria o Mundo e destruiria a Civilização em 3 meses. As mais sinceras congratulações ao sábio e paciente governo russo, pois.
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Israel não está tranquilo).E talvez devesse estar. Não será porque o legítimo governo da Síria vai continuar, que o “Eretz” esteja mais ameaçado. Até porque a actual Síria está “feita em cacos”. Nos próprios EUA, já era tempo de o “lobby” israelita deixar de criar dificuldades a Trump. Israel só estará seguro, isso sim, se deixar de desestabilizar os vizinhos. E passa a vida a fazê-lo. Com a subserviente complacência dos americanos e dos sauditas, note-se.
Autor: Eduardo Tomás Alves