Braga, podemos afirmá-lo, continua a ter um olhar diferenciado sobre o fenómeno desportivo. A vice-presidente da Câmara, cumulativamente, treinadora de alto rendimento com atletas presentes em campeonatos europeus, mundiais e jogos olímpicos, lidera uma vasta equipa de trabalho de que a memória maior foi Braga ser considerada a melhor Cidade Europeia do Desporto em 2018. Mas por cá, para além de se fazer, entende-se ser importante pensar e discutir desporto na globalidade na tentativa de o melhorar.
Assim, hoje e amanhã, realiza-se o 1º Braga Sports Summit no auditório do Centro da Juventude com vários painéis que proporcionarão um importante momento de reflexão, partilha e debate sobre o fenómeno desportivo, desde a problemática da promoção da saúde, até ao desporto (adaptado e) de alto rendimento.
Temas como “o exercício físico como medicamento não farmacológico” que os sucessivos governos dos diferentes partidos advogam em programas eleitorais, mas posteriormente esquecem, às preocupações com a sua prática por parte de idosos, adultos ou crianças e de doentes mentais, oncológicos ou obesos.
Desporto e (nas) autarquias será também debatido, ou não fossem os organizadores, responsáveis pelo gabinete de desporto da CMB, parte interessada em divulgar e aprender como se pode melhorar, estejamos a falar de cartas desportivas, eficiência energética ou espaços de lazer.
Haverá também espaço para melhor se perceber porque é que sendo a atividade física e o desporto tão importantes na promoção da saúde e óbvia queda de absentismo ou a minimizar as idas aos centros de saúde, os incentivos fiscais à sua prática, sejam praticamente nulos!
No entanto, quando se fala de atividade física e desporto ouvir treinadores de alto rendimento desportivo é uma (con)sequência lógica. Por isso, o passado e o presente fundem-se, também, neste encontro com Manuel Cajuda e Artur Jorge no futebol, Joaquim Peixoto no Taekwondo e Joaquim Gonçalves, no Karaté a falarem-nos das suas experiências, moderados por um (ex) jogador/treinador de excelência no andebol de alto rendimento - Paulo Faria.
Árbitros, atletas, encarregados de educação, dirigentes desportivos e treinadores de formação, também trarão as suas perspetivas sobre a importância da prática desportiva.
Diz-se que os últimos são os 1ºs e neste evento isso também vai acontecer quando da temática: desporto adaptado versus desporto inclusivo. Tentar-se-á perceber qual o estado do desporto adaptado em Portugal e o porquê de, na busca de melhores condições para os praticantes, se procurar o apoio em clubes já existentes.
Desta discussão e partilha de conhecimentos, espera-se uma ampla vitória conjunta, da atividade física e do desporto sobre a burocracia, sedentarismo, obesidade, falta de bom senso em competições jovens e as políticas ineficazes. A exemplo dos nossos atletas do desporto adaptado, que se quer inclusivo, saibamos todos valorizar o essencial, e superemos barreiras como eles tão bem nos ensinam.
Autor: Carlos Mangas