Não se pretende fazer um cavalo de batalha sobre a insuficiência ou a anomalia da limpeza urbana e as boas intenções do líder da autarquia de Braga, ao perspectivar outro modelo mais inovador e higiénico da recolha de lixo doméstico pela sua área de competência demográfica, incluindo dotar a cidade de um perímetro urbanístico limpo, asseado e saudável.
Não se duvida do esforço meritório das potencialidades e das preocupações de Ricardo Rio, um interlocutor com provas dadas e atento em corrigir assimetrias alocadas à limpeza pública e outras necessidades básicas do concelho de Braga, pilar elementar no relacionamento entre a autarquia e a comunidade bracarense e seus visitantes.
Mas o que é um facto, é que há focos de má higienização pública nas artérias principais da cidade e à vista de todos.
A sul da Av. da Liberdade, até ao Largo S. João da Ponte, rua da Devesa, do Chãos, Conselheiro Lobato, Monsenhor Airosa, S. Vicente, S. Domingos, entre muitas outras, escasseia o rigor de uma limpeza pública adequada.
Acreditamos nas preocupações da AGERE, uma empresa geradora de normas e de valores em proporcionar um serviço de higienização pública qualitativa e não duvidamos do seu empenhamento em tornar a capital do Minho uma das cidades mais limpas de Portugal.
O seu último investimento em equipamentos com características mais eficazes e inovadores, com tecnologia avançada, substituindo a mecanização da varredura pela mão humana, tem traduzido sinais de satisfação do munícipe. Contudo, suspeita-se da falta de monitorização na execução funcional dos recursos humanos incumbidos para um bom desempenho ou, de acordo do que se constata, o perímetro quantitativo da limpeza pública é demasiado extenso para as capacidades de trabalho individual dos colaboradores da AGERE.
Seja como for, juntar a falta de civismo com a mentalidade saloia em fazer do espaço urbano um caixote de lixo, acarreta uma série de consequências acumuladas tendentes ao risco da salubridade, segurança, inocuidade, além do cenário urbano degradado e desconfortável para uma cidade que se afirma na vanguarda do desenvolvimento, atrativa e manifestamente autêntica como uma zona do país promissora de que “é bom viver em Braga”, sendo ainda inconcebível presenciar num grande número de ruas no centro da cidade e zonas limítrofes a nulidade ou a ineficácia marcante da manutenção atempada no conjunto de operações da limpeza pública.
Não podendo contar com a participação da cidadania de uma boa dose de munícipes mal habituados e culturalmente iletrados na conduta dos seus deveres de uma cidade limpa acrescido da diminuta prestação do serviço público a cargo da AGERE em minimizar o lixo espalhado pelo espaço público que é comum a todos, importa sentarmo-nos à mesa e debater com serenidade e coesão qual o estratagema para redefinir com êxito em melhorar o sistema preventivo de retirar as impurezas urbanas de toda a espécie, devolvendo ao munícipe o direito inadiável de circular por uma cidade limpa que é património de todos.
“A esperança é a última que morre”. Para memória futura, aguardamos que a AGERE valorize este reparo e mova o que lhe está ao alcance na supressão quotidiana do lixo não recolhido nas ruas da cidade de Braga.
Autor: Albino Gonçalves