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Braga e a mobilidade smart

No dia 27 de Novembro a Câmara Municipal de Braga realizou uma sessão de apresentação do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PMUS), dando início a um período de discussão pública que se prolonga até 31 de Dezembro, destinado à recolha de contributos e sugestões.

O documento define as grandes opções estratégicas de mobilidade que priorizam os peões, as bicicletas, o transporte público e o uso eficiente do carro, tendo como finalidade humanizar e descarbonizar a cidade, promovendo a sustentabilidade ambiental e a segurança rodoviária, versando sobre temáticas como a cidade caminhável, a cidade ciclável, a promoção dos transportes públicos, a otimização do sistema viário, a integração dos modos de transporte, a melhoria da qualidade de ambiente urbano ou a promoção da mudança de comportamentos, que mais se tornaram prementes com a chegada de milhares de imigrantes, sobretudo provindos do Brasil.

O principal objetivo de uma cidade inteligente (smart), de acordo com a iniciativa das Cidades e Comunidades Inteligentes da União Europeia (ICCI), é a promoção da sua transformação num lugar de progresso social avançado e regeneração ambiental, bem como centros de atração e impulsionadores do crescimento económico baseado numa abordagem holística integrada que leva em consideração todos os aspetos da sustentabilidade, caminhando para uma baixa nas emissões de CO2 e investimentos em eficiência energética, juntamente com a redução do consumo de energia fóssil e emissões de CO2.

Para o Parlamento Europeu a ideia de cidade tem a sua origem na criação e conexão de capital humano, capital social e TIC, a fim de alcançar um desenvolvimento económico mais sustentável e melhor qualidade de vida.

O tema da mobilidade urbana e cidades sustentáveis surge habitualmente nos eventos das smart cities, assim aconteceu no Encontro Internacional de Cidades Inteligentes que decorreu na Universidade Mackenzie em São Paulo, nos passados dias 30, 31 de Outubro e 1 de novembro, no qual tive a honra de ser conferencista, em cujo abertura discursou Police Neto, vereador e membro da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente na Prefeitura de São Paulo, a quem falei dos projetos de mobilidade em Braga, mostrando o maior interesse em os conhecer e à cidade.

A proteção e defesa do meio ambiente constitui uma necessidade imperativa, o próprio Papa Francisco disse recentemente que a Igreja Católica planeia introduzir o “pecado ecológico” no catecismo.

A iniciativa do município é louvável e vital, trata-se de uma causa comum, sendo desejável a participação dos bracarenses na elaboração final do PMUS, que nas suas linhas programáticas destaca os seguintes princípios orientadores smarts: Reduzir os volumes de tráfego motorizado, a utilização de transporte motorizado e os impactes ambientais associados ao tráfego motorizado; Melhorar a interligação entre as áreas diferentes da cidade, a intermodalidade, o serviço de transporte público e a gestão de tráfego no sentido de melhor articulação entre vários níveis da hierarquia viária; Promover a Integração na lógica metropolitana, intervindo na envolvente de alguns projetos mais relevantes.

Para isso é necessário que os componentes da infraestrutura das cidades fiquem cada vez mais interconectados, que a infraestrutura urbana convencional seja progressivamente substituída por uma meta-infraestrutura digital composta de vários canais de comunicação, nos quais os fluxos de dados permitem que a cidade funcione.

Passeio pelo centro da cidade. Já impera o espírito natalício, vejo os rostos sorridentes e as figuras iluminadas do presépio. Releio as palavras do Papa Francisco de 1 de dezembro passado na Carta Apostólica “Admirabile sigum”: – O Presépio… educa-nos para contemplar Jesus, sentir o amor de Deus por nós sentir e acreditar que Deus está connosco e nós estamos com Ele... E educa para sentir que nisto está a felicidade”. Para concluir que a tecnologia não tem qualquer utilidade se não contribuir para essa felicidade.


Autor: Carlos Vilas Boas
DM

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7 dezembro 2019