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Braga, a nossa cidade…

Chegou o verão e com ele o calor e o ruído à nossa Avenida Central.

A quem pertence a Avenida Central? Me pergunto…

Diria talvez que a Avenida Central é parte do coração da cidade e, como tal, um espaço comum que quer dizer de toda a gente que por ali passa.

Em primeiro lugar, diria que a Avenida Central é um espaço onde há gente que ali vive, que ali trabalha. E chegando o verão, especialmente os fins-de-semana, os Bracarenses perdem o direito a viver lá, a trabalhar lá e a circular lá em sossego. Os decibéis estão ali, porque as atividades são mais que muitas e as pessoas que “animam” os transeuntes, desanimam aqueles que ali dormem, descansam ou trabalham! E torturam!

É-me especialmente difícil de entender que, estando nós no séc. XXI, as pessoas não saibam ainda que existem os outros também. Nós e os outros fazemos parte de uma sociedade onde há direitos e deveres.

As atividades musicais ou afins não podem incomodar quem não assiste voluntariamente a uma festa, ou somos “convidados” à força?

Se eu quero dar um passeio a pé e passar pela Avenida Central, já não tenho esse direito? Sendo residente nesta cidade, que se diz ter uma boa qualidade de vida, eu pergunto: para quem?

Certamente que para os moradores da Avenida Central, não! Para mim, que gosto de lá passar, também não (nestes dias) …

Será que a Avenida Central deixou de ser nossa?

Desculpe, Sr. Presidente de Câmara, mas gostava que me desse uma boa explicação. Porque já pensei sobre o assunto e continuo sem compreender que o Sr. Presidente não tenha disto a perceção. Será que não? Quem é o responsável, então?

Esta questão não é de agora. Existe há décadas. Mas, algum dia alguém deveria fazer algo para que se mude alguma coisa… Ou, em nome do desenvolvimento, há que fazer barulho doa a quem doer?

Braga tem outros espaços: o novo estádio, o antigo estádio, o campo das hortas, o parque de São João da Ponte e terrenos contíguos, o Forum…

Não seria desejável que quem quer e quem gosta dessas atividades fosse para um lugar onde, simplesmente, não incomodasse os outros?

É que ainda por cima os ditos “responsáveis” podem dizer que têm licenças…

A Câmara Municipal de Braga autoriza cantores/bandas a berrarem e a usarem aquelas “potências sonoras” que até estremecem o chão e os ouvidos de quem ouve bem?

Peço desculpa pela rudeza com que trato este assunto. A verdade é que estou um pouco cansada de ser sempre polida e manter-me calada. Basta de provincianismo parolo! Braga já tem alguma dimensão para se fazer notar também pela educação e pela tão dita qualidade de vida.

Respeitosamente.


Autor: LB
DM

DM

19 agosto 2018