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Bizarrias na Polícia Municipal de Braga?

A propósito de, recentemente, a concelhia de Braga do Partido Socialista ter passado para a comunicação social situações de irregularidades na força policial do município bracarense, no que concerne à perda de uma chave do armeiro e munições “plantadas” pelo edifício que centraliza os seus serviços, não fica bem à vereação opositora insinuar que a Polícia Municipal “anda sem rei nem roque”, gerando tentações de enfraquecimento na sua comunidade residencial.

Não muito distante do baú das recordações alocado ao passado nesta matéria, na gestão autárquica socialista, quem não se lembra de um rol de situações marcantes e polémicas no interior daquele setor policial, nomeadamente: a alegada “gravação ilícita” numa reunião tripartida com um agente, o comandante e o então responsável pela Proteção Civil; o caso do uso do vestiário comum para fardamento dos polícias do sexo masculino e feminino; a alegada queixa dos agentes pelo sentimento de mal-estar sobre a tónica da “caça às bruxas”; a demissão do comandante da polícia municipal, tenente-coronel Mário Barbosa, justificando-a com a sua exaustão por sentir falta de condições para o desempenho de funções numa unidade policial amarguradamente desarticulada e problemática, etc.

Qualquer munícipe depreende que a presença física da Polícia Municipal de Braga escasseia no perímetro urbano, ausentando-se literalmente do patrulhamento das ruas da cidade e, consequentemente, dando uma visão redutora das suas responsabilidades patentes na vigilância e segurança das pessoas e do património público, cumprimento normativo dos princípios da urbanidade e dissuasão das infrações no espaço citadino.

Talvez haja falta de recursos humanos para aquela unidade policial, mas não se compreende como é que nos dois imóveis da autarquia (Praça do Município e Campo da Vinha), ao contrário do que seria de supor, utilizam agentes policiais para desempenharem funções nos postos de receção, além da utilização de outros elementos para funções de expediente administrativo nas instalações do posto policial.

A Polícia Municipal de Braga, tutelada pelo vice-presidente da Câmara, Firmino Marques, está muito aquém da verdadeira atuação de competências, pelas inúmeras infrações à vista dos olhos de todos, prejudicando a harmonização de uma cidade culturalmente desenvolvida e uniforme de interesse público.

Vejamos alguns exemplos de como se podia melhorar e disciplinar o ordenamento citadino com a ajuda imperativa e determinante do policiamento municipal da cidade de Braga: é crescente o descontrolo do estacionamento ou aparcamento abusivo em determinadas artérias da cidade e nas zonas destinadas ao peão, com sérias e lamentáveis perturbações para os cidadãos e fluxo automóvel, destacando zonas assumidamente identificadas como a rotunda de Infias, rua do Raio (junto à Creche, com duas filas de veículos), o uso descarado dos espaços destinados ao transporte público na proximidade da avenida da Liberdade e Central, a barafunda que vai nas ruas do Caires, Conselheiro Lobato, entre muitas outras, complacente pela falta de comparência policial.

Acresce ainda a saga da mendicidade duvidosa espalhada pelo centro de Braga, importunando o cidadão residente e o visitante, o uso do espaço público para atividades de lazer inadequadas (junto ao coreto da Avenida Central), danificação e vandalismo do património público, incluindo o privado, a venda ambulante duvidosa, as esplanadas desordenadas, a utilização excessiva do espaço público para exposição de produtos frescos, sem condições de higienização, das mini-superfícies alimentares, etc.

É crucial a interação pública da Polícia Municipal para cativar a confiança dos bracarenses e o respeito do erário municipal, numa cidade emergente no combate à infração multidisciplinar, doa a quem doer.


Autor: Albino Gonçalves
DM

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13 fevereiro 2017