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Até já, Zé!

Era um profissional da comunicação social na verdadeira aceção da verdade e do desempenho, discípulo da ética, autónomo e assumido pelo interesse público na purificação dos factos.

Pautou-se junto dos amigos por uma cordialidade mestre na amizade dialogante, assertivo nas análises temáticas e com um rosto moldado de sorrisos enigmáticos ou surpreendentes. Respeitava sempre as convicções, nunca entrando em zona de conflito divergente, possuindo um dom extraordinário de reunião de forças para apoiar e estimular com um abraço de esperança os que o rodeavam em momentos frágeis ou atravessados pela negatividade da vida.

O Zé Lima foi, lamentavelmente, vítima fatídica de um acidente de viação na zona da Caniçada, terminou a sua estafeta da vida em circunstâncias literalmente dispensáveis, mas continuará inseparável na memória até ao reencontro na eternidade.

Com o seu desaparecimento ficaremos mais pobres, mas enriquecidos com o nosso testemunho vivo de um ser humano fascinante.

Naturalmente, a sua partida é sentida com muita tristeza, com uma elevada carga de dor ferida na “alma” de alguém que nutria um orgulho de pertencer à sua convivência social. 

Já estou imbuído de saudade do Zé como um amigo próximo do coração e rendido à verdade da imagem ou da recordação. Melhor seria, como sempre, encontrá-lo e bebermos um café quentinho, para duas de conversa e aprender com ele os ensinamentos que transmitia nas lides da escrita opinativa. 

Apesar de enxergarmos a real importância daqueles que ainda estão na nossa companhia, a morte do Zé Carlos Lima provocou um buraco profundo, um vazio nas relações humanas e tão úteis que são, como “pão para a boca”, dificilmente preenchido pelas excelentes qualidades e dotes do seu perfil pessoal.

Não será o meu último adeus, apenas porque fisicamente deixa de existir, o Zé Carlos Lima será sempre recordado como parte da minha vida e que muito lhe devo pela sua sapiência profissional, intelectual, social e humana.

Obviamente, no rol dos amigos estou severamente mais pobre, desprotegido ou desapoiado. O Zé era uma espécie de “muleta” de segurança e contribuía para os sucessos alocados ao desafio da minha parceria com a comunicação social. Às vezes ralhava-me como “educador” preocupado no arrojo das atitudes despidas ou inconvenientes junto do público alvo das minhas crónicas. Obrigado Zé, com toda a gratidão, nunca esquecerei isso, tal como a outros amigos como tu!

Talvez, não estando ainda preparado em aceitar esta tragédia, é possível que o tempo traga a serenidade para acostumar-me à tua partida para a eternidade, neste momento de emoção e esgotado das palavras misturadas de indignação ou revolta pela inconformada ocorrência do teu falecimento.

Termino com uma indubitável mensagem: Até já Zé, a gente um dia encontra-se…

 

Autor: Albino Gonçalves
DM

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11 setembro 2017