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As “toupeiras do gamanço” em Braga…

A cidade de Braga, pela madrugada fora, está completamente esvaziada da presença humana, ficando vulnerável na vigilância do património e na segurança dos cidadãos nas principais ruas da capital do Minho.

A onda de assaltos ocorrida no centro histórico, sustenta a ideia da instalação de câmaras de videovigilância nas principais artérias do perímetro urbano, como um mal menor no combate ao roubo e à violência por indivíduos sem escrúpulos que vivem do “gamanço” e vão deixando danos incalculáveis aos comerciantes, tal como aconteceu com o último caso registado na rua do Souto a uma ourivesaria.

A monitorização policial ao movimento ou atividades de pessoas suspeitas é insuficiente ou quase nula, tornando o caminho facilitado para as quadrilhas de larápios explorarem pontos estratégicos e realizarem, sem grandes preocupações de serem apanhadas, assaltos em locais impensáveis e plenamente conseguidos, numa cidade fantasma entregue às proezas do banditismo oculto e revelador dos seus intentos condenáveis pela comunidade lesada.

Nas grandes cidades europeias e no cômputo universal do Reino Unido, a videovigilância pública contribui para a redução da pequena, média e grande criminalidade, auxiliando com sucesso as forças policiais na detenção dos infratores, dissuadindo a tentação do crime e implementando um quadro de confiança às comunidades, empresas e protegendo o património público.

Inicialmente, a “Electronic Frontier Foundation” e a “União Americana Pelas Liberdades Civis”, organismos equiparados à Comissão Nacional de Proteção de Dados, em Portugal, criaram um conjunto de barreiras em nome do direito civil, prevalecendo os princípios da privacidade das pessoas na circulação pelo espaço público, rendendo-se posteriormente à aceitabilidade da vigilância urbana em prol do bom senso, da tranquilidade e da segurança dos cidadãos e das empresas.

Questiona-se como é admissível que as lojas do centro de Braga sejam alvo de assalto, sabendo-se da tipologia do roubo altamente rentável, como é o caso de ourivesarias ou lojas de roupa de marca, utilizando a acessibilidade do automóvel ao interior de artérias para consumar o roubo, praticamente sem ser notado por quem tem responsabilidades acrescidas de defender os bens dos comerciantes e garantir a segurança aos cidadãos.

Periodicamente, assiste-se a conferências das relações públicas das forças policiais transmitindo uma noção aos contribuintes sobre a redução da pequena e média criminalidade, deixando desconfianças sobre a credibilidade dos números que são apresentados e o êxito da detenção das “toupeiras do gamanço”, interiorizando com perplexidade a convicção de que algo não está bem na supressão do crime ocorrido nos subúrbios e na cidade dos Arcebispos.

Com saudades do carismático “guarda-noturno”, pelos seus serviços, emerge a necessidade de eliminar o desenvolvimento desta infestação de “carrapatos” humanos ou os “cava-terras”, designadas “toupeiras do gamanço”, devolvendo à cidade de Braga a limpeza necessária sem complacência destes indivíduos que não merecem conviver no seio da comunidade residente.


Autor: Albino Gonçalves
DM

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11 junho 2018