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As incoerências truculentas e cruéis entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz

O ser humano nasce com a aspiração de poder vir a desempenhar qualquer profissão ou exercer alguma atividade que seja útil para si, para os seus e para a sociedade. É intrínseco à natureza humana esta propensão para o agir. Nós existimos para agir e deixar obra feita. Por isso é que muitas pessoas se sentem frustradas, pois nunca souberam desenvolver adequadamente esta dinâmica fundamental do seu ser.

Não basta o desejo de querer desempenhar certa profissão. É necessário obter uma preparação adquirida, ou pela experiência, ou por meio de uma formação específica. Quando um destes tipos de formação faltar, o insucesso é mais que provável. E então quando às pessoas faltam os princípios éticos, a boa educação, a deontologia e, sobretudo, um forte e constante empenhamento na procura do perfecionismo, o fracasso vem ao de cima no desempenho da respetiva atividade. São, pois, indispensáveis a compreensão, a interajuda, as relações saudáveis e a disponibilidade entre quem orienta e quem é orientado.

Também uma competição negativa entre pares pode vir a arruinar uma profissão a quem for posto de parte ou deixado entregue a si mesmo, nomeadamente em funções que exigem uma aprendizagem mais rápida, mais sólida e mais eficaz. É pena que muitas pessoas conquistem postos de trabalho de grande relevância para os quais não têm o mínimo de capacidades. É neste contexto que os incompetentes imperam por todo o lado e fazem tudo para não perderem os cargos ou não serem desalojados dos seus postos.

Agarram-se aos amigos, aos “compadres” ou utilizam os insultos, as ameaças, as vinganças, as mentiras e até a difamação como armas de defesa ou de arremesso ameaçador. Assim, vão as nossas sociedades e não se vislumbram ventos que provoquem mudanças profundas nestes estados de coisas. É que os vícios, os defeitos, a ausência de princípios educativos, de respeito pelos direitos dos outros, de justiça e de igualdade de oportunidades vão permanecendo por esse mundo além.

Há muitas pessoas que têm boas intenções e delas fazem um grande alarde, mas, na realidade, ou ficam para as Calendas Gregas, ou raras vezes são transformadas em ação. Os responsáveis pelos destinos das comunidades e das instituições, muitas vezes, não utilizam os mecanismos justos ou equitativos nos concursos ou nas escolhas das pessoas adequadas para os vários cargos sob a sua responsabilidade. Do mesmo modo, em muitas outras ocasiões, procuram assegurar o seu poder pelos métodos mais estapafúrdios que nem ao diabo lembra.

O saber e o jeito para fazer tudo de maneira segura aperfeiçoam-se com a experiência devidamente orientada. Foi destas situações que, em muitos casos, saíram grandes descobertas que tantos benefícios trouxeram para a humanidade. No entanto, uma grande parte dos homens não aprendeu ou, pelo menos, não desenvolveu as estratégias e as técnicas necessárias para uma atividade apropriada e efetiva. Tudo deve ser bem planeado para que as coisas se resolvam melhor, mais rápida e mais facilmente. Deste modo, cria-se um excelente hábito de planear as coisas, desde os grandes projetos até às tarefas mais simples. Só assim é que se pode assegurar que os melhores sejam preferidos, o que não acontece assim tão frequentemente como se imagina.

A hipocrisia, o ódio, a inveja, a ingratidão, a soberba e o apego ao poder cega as pessoas e arrasta-as para mudanças contínuas de atitudes contraditórias entre si, como quem muda de casaco diariamente. O seu grande objetivo consiste em assegurar o cargo a todo o custo, enganando ardilosamente os seus prosélitos. E as pessoas lá vão caindo nas esparrelas que os incompetentes e os corruptos lhe vão montando.


Autor: Artur Gonçalves Fernandes
DM

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24 maio 2018