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As descargas no “rio”…

Aoposição interna do Partido Social Democrata barafusta e acha que o seu líder está a fazer mossa na conquista da perda de eleitorado devido ao fiasco da governação de Pedro Passos Coelho. Rui Rio não sai da “cepa torta” e não se define com os ideais prevalecidos pelo carismático e inesquecível Francisco Sá Carneiro, bem pelo contrário, dizem os militantes mais cépticos à política instituída no seu do partido laranja, “…estamos a sentir uma espécie de Titanic com a proximidade da data das próximas eleições legislativas”. Com a saída do histórico Pedro Santana Lopes, o PSD ficou com uma cilindrada reduzida na corrida ao poder da governação do país. O ataque de nervos dos sociais-democratas, motivado por um rentrée em que se prevê uma descida acentuada nas intenções de voto, está a provocar um sentimento de desconforto e uma onda ciclópica de descargas de indignação efervescente num Rio muito longe da coesão, consenso e paz junto dos simpatizantes e militantes, preocupados com o desaguar numa maré turbulenta, agitada e com alerta vermelho devido aos riscos de afogamento político. O ex-autarca do Porto sabe que tem um desafio muito difícil para reunir as “tropas de combate” para derrotar António Costa na continuidade do cargo de primeiro-ministro. Contudo, apesar de Rui Rio ser avesso à mediatização das circunstâncias da política na “praça pública”, tem que mudar de atitude, deixar a ironia das suas observações no baú e enveredar por caminhos conquistadores de confiança, rejuvenescência e implementar uma conduta inteligível capaz de cativar o retorno de sociais-democratas desmoralizados ou absentistas. A dissidência de Santana Lopes foi um claro estrondo para despertar o líder do PSD da maleita que vai causando ao seu partido. E se os resultados das eleições legislativas que se avizinham forem catastróficos, dessa abada será um partir de “malas aviadas”, como potencial luz ao fundo do túnel na sua substituição na presidência do partido. O momento é crítico para Rui Rio, ainda distante de vincar ideias sustentáveis e concentradas no papel de principal adversário do Partido Socialista, percorrendo um discurso político errático e repleto de curvas. E a previsibilidade de reabilitar a montanha amorfa do PSD, herdada do seu antecessor, poderá fazê-lo cair em águas impróprias para consumo na intenção de voto eleitoral na socialdemocracia. Uma sondagem da “Aximage” para um jornal nacional aponta uma quebra de 3,1% na intenção de voto no PSD, baixando para 24,1% o universo social-democrata, muito longe da maioria. Mesmo coligado, esta percentagem é vulnerável para as aspirações alternativas à continuidade do actual Governo que subiu 0,9%, um fazedor indiscutível de promessas aliciantes à vitória nas próximas eleições legislativas que se realizam em 2019. Os trambolhões de Rui Rio num “saco de gatos”, persistente nas ideias ou assíduo nas entrelinhas, estão a fazer cair por terra todas as expectativas daqueles que esperavam um timoneiro num rio com um caudal enérgico, revitalizado e seguro na navegação contra todos os obstáculos surgidos até à foz. O presidente do PSD, aparentando não ter nada na manga de inédito ou diferente das políticas anteriormente expressas por outros líderes do seu partido, ao estilo britânico “what you see is what you get” (para o bem e para o mal), figurativamente, “almoçar com o diabo e dormir com Deus”, pode estar a contribuir para a desfragmentação dos simpatizantes e militantes sociaisdemocratas e tornar-se uma força partidária secundarizada, sem identidade e sem espaço de relevo e credibilidade na participação cívica dos interesses políticos de Portugal, talvez uma fraude para o fundador do Partido Social Democrata e seus seguidores.
Autor: Albino Gonçalves
DM

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17 setembro 2018