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As crises migratórias

São um fenómeno do nosso tempo de grande abrangência.

Todos recordam as ondas de migrantes que da África subsariana procuravam invadir a Europa (e ainda procuram). O grande problema era atravessar o mar Mediterrâneo, quer a oriente quer a ocidente. Este mar tem sido um grande cemitério de vidas humanas.

Portugal tem sido um País acolhedor dentro do possível e não tem fechado as fronteiras, ao contrário de outros países, como a Hungria, que tem trancado as fronteiras com todo o peso e segurança, infelizmente.

Entretanto, surge nova vaga de migrantes na América Central. Segundo as agências internacionais de notícias, há milhares de cidadãos das Honduras que estão a tentar entrar nos Estados Unidos a partir da cidade de Hidalgo, no sul do México, relata a agência France Press.

Os jornalistas descrevem que as autoridades mexicanas tentaram bloquear esta caravana de migrantes numa ponte de fronteira, mas muitos conseguiram entrar ilegalmente no país através do rio que separa o México da Guatemala.

Segundo a Associated Press, há cerca de cinco mil migrantes neste momento na zona sul do México a tentar avançar para a fronteira dos Estados Unidos. Como é conhecido, o presidente dos EUA já iniciou as operações para impedir essa ingressão.

O que tem acontecido neste âmbito a nível mundial tem preocupado as organizações internacionais, nomeadamente a União Europeia e a ONU. O secretário geral desta última organização, Eng. António Guterres, tem-se desfeito em atividade para encontrar as melhores soluções, pouco conseguindo. Recordamos que no final de 2016 houve uma cimeira dos G20 na China.

Ao final do encontro de dois dias, os líderes reconheceram que a crise dos refugiados é um problema mundial e pediram "esforços globais" para enfrentar suas causas e consequências. Com 65 milhões de deslocados no mundo, o número de refugiados chegou a "níveis históricos”.

Durante o debate sobre o tema, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, alertou que o sistema europeu de amparo está prestes a chegar ao seu limite e que os demais países não podem ficar à margem da crise. Ele pediu que o problema não fosse apenas reconhecido, mas que se tomem medidas concretas para resolvê-lo.

Tusk citou os milhões de refugiados que a União Europeia (UE) acolheu e os milhões de euros investidos no Oriente Médio. A UE chegou à cúpula de Hangzhou com o objetivo de conseguir que o G20 fizesse mais para solucionar a crise migratória, pois considera que o bloco europeu e países como Turquia, Jordânia e Líbano carregam uma responsabilidade desproporcional. Por outro lado, alguns dos países mais ricos fizeram praticamente nada para tentar solucionar o problema, não recebendo um refugiado sequer.

No entanto, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que teve que receber cerca de 3 milhões de deslocados vindos de Síria e Iraque, o que representou uma despesa de cerca de 25 milhões de dólares para os cofres turcos.

Acusou os países ocidentais de adotarem uma "atitude de segurança racista" contra aqueles que buscavam asilo dentro de suas fronteiras, atitude que considerou "vergonhosa". "A Turquia continuará recebendo as vítimas dos conflitos sem nenhuma discriminação de procedência ou religião", afirmou.


Autor: Manuel Fonseca
DM

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20 novembro 2018