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As crenças motivadoras de malefícios e ignóbeis conflitos

Um dos meus principais objetivos, agora e aqui, relativamente à crença ou fé, como energias, é a análise e a descoberta do conhecimento dos conhecimentos, portanto conhecimento transcendental da sua radical energia e sua fonte. Porque me parece mais simples começar pela análise da crença ou da fé, como energia (ou autodeterminação para), vou dar este pontapé de saída. Esta energia é uma autodeterminação-para- simultaneamente subjetiva – porque é imanente e inata ao sujeito da autodeterminação e objetiva – porque realista e dirigida para começar em nós, pessoas, para nos unirmos, dialogarmos e nos enriquecermos de maneira afável e amorosa para aquilo que nos motiva e nos supera. É solidariedade, cooperação e colaboração. A radical fonte (fundamento) da crença, ilusoriamente, iria cair nas existenciais estruturas biopsíquicas (sistema nervoso em íntima conexão com os fatores cognitivos, sentimentais, emocionais e comportamentais, aliados a todas as circunstâncias e condicionalismos), em prejuízo da autodeterminação, liberdade e responsabilidade da pessoa, a dinâmica e consciente mensageira do seu ôntico ser. Este ser é a fonte transcendental, objetiva, universal e radical, que dessedenta, alimenta e relaciona, como dever seu, as crenças transcendentais para Deus e para toda a criação, sem disjunções. Qual é, então, a verdadeira, objetiva e radical fonte onde, eternamente, permanecem e de onde partem, através dos relacionamentos, as crenças transcendentais? Para responder, ajustadamente, a esta questão, a nossa transcendental razão vê-se compelida a evidenciar e a descrever o nosso natural ser. Este, universal, analógico, eterno, simples, sempre estável e autónomo perante toda a existência, é a nossa ôntica e objetiva natureza, na sua essência una, alheia à fragmentação, transcendental e relacional, constituída em si pela espiritualidade corporizada e analógica à imagem e semelhança de Deus, seu verdadeiro criador. Toda a nossa existencial crença ou fé tem o seu início na crença que temos na nossa ôntica natureza, que é una, relacional e transcendental. Como una, parte, sem cisões, do singular para o plural, da pluralidade e dispersão para a união, da união para a unidade, da unidade para o uno transcendental e deste para o Uno Transcendente (Deus). Como relacional, embriagada de imanentes relações transcendentais (de vida, amor, justiça, paz, felicidade, sabedoria, abertura, aceitação, compaixão, perdão…), a pessoa ousa estabelecer relacionamentos universais e sem ruturas, consigo mesma, com o outro, indistintamente, com o mundo e com Deus. Como transcendental, a nossa ôntica natureza abre-se de lés a lés, através da religião, à aceitação ôntica de Deus e de tudo o que com Ele se integra, se conecta e se sintoniza (com o sagrado e com o profano). Vou, agora, repudiar todas as perseguições dirigidas às nossas crenças, perante quaisquer circunstâncias e condicionalismos, perante toda a nossa existência (mergulhada nos seus instáveis fatores biopsíquicos e no seu meio ambiente) pois são antagónicas à essência do nosso ôntico ser. Perseguir e caluniar o outro, porque esse outro propaga livremente as suas crenças transcendentais, é uma autoperseguição, cujos conflitos recaem na destruição de si mesmo (destruição existencial da sua paz, da sua segurança, da sua felicidade, da sua autoestima). O facto da perseguição aos cristãos é denunciado, entre outros, pela Militia Sanctae Mariae, cujo objetivo é denunciar ao mundo os ataques e as perseguições contra os cristãos, como cristãos. Em Espanha, segundo o distinto Dr. Carlos Aguiar Gomes, “a fúria e o ódio contra os cristãos recrudesce… dá a ideia que estão a triunfar as ideias ferozmente anticristãs que caracterizaram a segunda república espanhola…” “A perseguição aos cristãos varre todo o mundo”… O Papa Francisco reforçou, no Vaticano, a sua denúncia das perseguições contra os cristãos, elogiando o testemunho de fé destas pessoas… A perseguição, em si, seja contra quem for, em quaisquer circunstâncias e condicionalismos, é abominável. É o ferrugento martelo satânico! Abomina o verdadeiro sentido da vida, o Humanismo Transcendental, a favor da melhoria das condições da vida existencial, seja a que preço for. Opõe-se, conflituosamente, de forma maléfica e ignóbil, a todas as crenças.
Autor: Benjamim Araújo
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1 novembro 2017