Este período que antecede a campanha eleitoral tem sido efervescente em determinadas candidaturas, com a apresentação de cartazes polémicos, a exposição de mensagens nas redes sociais que provocaram largas gargalhadas, as tertúlias de “colher de pau” nos vocábulos e até a quebra das regras ditadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Crucial e desejável é quebrar a tradição do desespero das promessas vãs inscritas nos programas eleitorais, em nome do dever de respeito para com os cidadãos de boa-fé. E as máquinas de campanha devem também agir em conformidade com o que está estabelecido na lei.
Se não existirem denúncias à CNE sobre estes procedimentos incorretos, tal como o cartaz afixado em perímetro inadequado, o “comício social” duvidoso ou o bazar de ofertas como chamariz impróprio e onde não é legalmente permitido, a campanha eleitoral chegará ao fim, como acontece na maioria dos casos, serenamente, sem qualquer problema visível e que ponha em causa os resultados eleitorais.
Nesta sequência, recorde-se que a CNE abriu um processo de contra-ordenação ao candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, devido a uma queixa de outra candidatura independente, por alegadamente ter usado propaganda política ilegal na rede social Facebook.
O grande dilema em qualquer tipo de eleição institucional reside na transparência, na verdade e, principalmente, na idoneidade das pessoas que se apresentam como candidatas aos cargos de gestão pública.
Estamos habituados ao folclore e à manipulação que estão por detrás da máquina política, que promete o impossível na caça ao voto. Com um marketing bem encenado, prometem novidades para o próximo mandato, fazem arruadas e enchem auditórios com convidados desinteressados e muitos deles de fora do concelho.
No dia 1 de outubro próximo, os portugueses vão cumprir o seu dever cívico para eleger os representantes nos destinos das suas autarquias. Esperemos que a abstenção seja reduzida e que a participação nas urnas tenha um impacto numericamente robusto e com sucesso.
Autor: Albino Gonçalves