Quando em tempos que já lá vão, o pelouro da Educação da Câmara Municipal de Braga, a cargo da ex-vereadora Lídia Dias, teve a ideia de criar junto das escolas creches e infantários (públicos e privados) da nossa cidade barroca, augusta, bimilenar e dos Arcebispos um espaço para tomada e largada de passageiros automobilizados achei a iniciativa muito oportuna e feliz; e, obviamente, como quase sempre acontece, à boa maneira portuguesa, digo que só pecou por tardia.
Foram, então, as zonas escolhidas, para tão necessário objetivo, assinaladas com ampla faixa azul e respetiva sinalética do seguinte jaez: Parque -– Tomada e Largada de passageiros da escola – dias úteis das 7 às 20 h – Máximo 1 minuto; e, então, em termos práticos, o cumprimento destas normas decretadas, em certas zonas, não tem passado de mero adereço à legislação de trânsito, pois não é para cumprir simplesmente.
E tanto assim tem sido que, por exemplo, junto à escola secundária Carlos Amarante, a zona azul há muito que se escafedeu e nunca esteve plenamente desocupada todo o tempo em que existiu para quem dela direito tem de usufruir; e só para consolo platónico do autor da postura camarária ali jaz a sinalética, hirta e firme, a fazer figura de urso ou seja de mosca morta.
Se é intenção de quem de direito manter as coisas a meio pau, ou seja não castigar quem prevarica, nem marcar o piso que à prática da Tomada e Largada de passageiros da escola se destina, então tudo vai bem, quando aos dois senhores, os que precisam de usar o beneficio e os que dele abusam não precisando, com estas meias tintas se conformam; todavia, ao menos, arranque-se a tabuleta instrutória, não se delimite a zona azul de paragem e tudo como dantes quartel-general em Abrantes.
Depois, lançando o verdadeiro olhar clínico sobre o local e respetiva situação, a rua Beato Miguel de Carvalho, onde a escola se situa, é bem larga e permite que o trânsito normal, mesmo avantajado em horas de ponta, flua sem demasiado constrangimento o que já não acontece na rua do Raio, devido à Tomada e Largada de criancinhas para a Creche e o berçário ali existentes; daí que se acabe com este imbróglio que só desautoriza e em nada abona quem, porque manda, decide.
Então, se por força, obra e graça das últimas eleições autárquicas temos uma nova responsável pelo pelouro da Educação, estou certo que com este meu alerta vai pôr ordem na caserna, que é como quem diz ver e ponderar sobre esta anómala situação; e, de seguida, decidir sobre das duas uma: ou põe termo ao imbróglio, que é como quem corajosamente amarra o toiro pelos cornos ou, entendendo que há coisas muito mais importantes no seu pelouro para fazer do que tratar destes assuntos de lana-caprina, faz de conta e assobia para o lado.
Estou em crer que o assunto, devido ao tema e aos atores que envolve, não vai morrer na gaveta da secretária de senhora vereadora; ademais, se educar a todos nós compete, nem que seja por simples carolice, tratando-se de alunos, pais e escola a talhe de foice deve vir uma ação pedagógica enérgica e concludente.
A ver vamos e cá estaremos, depois, para aplaudir ou encolher os ombros e dizer como os treinadores de bancada: afinal os políticos são todos iguais e, tal como certos treinadores, só olham para o relvado de costas.
Então, até de hoje a oito.
Autor: Dinis Salgado