Não sei se o estimado leitor já reparou, mas a narrativa do Governo ultimamente baseia-se no argumento de não haver dinheiro.
Já o disse o ministro da Saúde, da Educação e o próprio primeiro-ministro.
Está admirado? Não esteja.
A prova disso é que o Governo, BE e PCP já perceberam que a conjuntura económica começa a dar sinais preocupantes e, por isso, começaram a mandar recados uns aos outros numa tentativa de BE e PCP tentarem “lavar as mãos” e o PS não querer assumir sozinho a responsabilidade de uma nova crise.
Recentemente, o Conselho de Finanças Públicas dava nota do facto de a redução do défice se dever ao aumento de impostos e contribuições e do corte no investimento que continua abaixo do prometido pelo governo.
Mas há mais sinais preocupantes.
A dívida pública continua a aumentar, situando-se nos 132,3%. A par disso, o crescimento económico começa a abrandar, sendo dos mais baixos da zona euro.
Convém ainda referir que a OCDE divulgou um relatório alertando para o facto de nos estarmos a aproximar dos níveis de recessão verificados em 2013.
Como já reparou caro leitor, não houve nem fim da austeridade, nem redução da carga fiscal nem estamos melhores,
Se isso fosse verdade, não assistíamos ao caos que se vive na saúde, por exemplo, onde sistematicamente nos chegam notícias de adiamentos de consultas, exames, operações, falta de profissionais e demissões de chefias por falta de condições. Esta é uma situação que se verifica em todos os diversos serviços públicos.
Pode o governo com “papas e bolos” enganar os tolos mas a verdade mais dia ou menos dia virá ao de cima.
Como diz o ditado popular: Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo.
Autor: Jorge Silva
Apanha-se mais depressa um mentiroso que um coxo
DM
4 agosto 2018