Recentemente, saiu também a versão portuguesa de um livro editado pela unidade de consultadoria do Parlamento Europeu STOA (“Science and Technology Options Assessment”) com o sugestivo título “Antecipar o Futuro – Dez tendências para mudar a sua vida”. Vendo esses desafios científicos e tecnológicos, facilmente constatamos que em muitos deles – como por exemplo os veículos autónomos, o grafeno, a impressão 3D, as tecnologias de colocação junto ao corpo, ou as tecnologias “casa inteligente” – a UMinho tem uma palavra a dizer.
Neste breve texto serão abordados alguns dos desafios e oportunidades que se colocam às tecnologias de fabricação aditiva (impressão 3D ou, mais recentemente, 4D) e às designadas “cidades inteligentes”.
A fabricação aditiva é o campo tecnológico com mais rápido e promissor desenvolvimento, no que toca à criação de produtos personalizáveis. Se em algumas áreas a sua aplicação é já uma realidade incontornável (indústria aeronáutica, biomédica, de moldes e tantas outras), a aceitação pela indústria da construção – tradicionalmente mais conservadora – tem ainda pouca expressão.
A redução de energia e de resíduos são fatores que, certamente, impulsionarão a generalização do seu uso nas mais variadas áreas ligadas ao ambiente construído. Se a isso juntarmos, nesse campo, os desafios associados ao desenvolvimento de produtos multifuncionais e híbridos, facilmente compreenderemos o potencial e a importância estratégica da fabricação aditiva para a atividade do ACL – Advanced Ceramics R&D Lab, do Instituto de Design de Guimarães (IDEGUI), e para o LCT – Laboratory of Construction and Technology, da Escola de Arquitetura.
A plataforma UM-Cidades procura promover, de forma continuada e aprofundada, a discussão da problemática das “Cidades e Territórios Inteligentes e Sustentáveis”, viabilizando, articulando e reforçando a cooperação científica das Unidades de Investigação da UMinho que colaboram nestas áreas. Numa perspetiva holística, a sua ação visa a transferência e aplicação do conhecimento nos municípios e regiões, numa base de intercâmbio e valorização recíprocas.
Com o objetivo de reconhecer as boas práticas em projetos implementados pelos municípios – com impactos assinaláveis na economia e na sociedade – em diferentes categorias que traduzem realidades bem diversas (municípios de grande e pequena dimensão, nas diferentes regiões do país), a UM-Cidades organiza o concurso “Municípios do Ano”.
Em síntese, da ação da UM-Cidades e do cruzamento de perspetivas e metodologias diversas, acreditamos poder contribuir para ultrapassar as limitações da investigação tradicional, apostando num modelo multidisciplinar, onde as diferentes áreas de saber convergem para a implementação de estratégias inovadoras de desenvolvimento social e económico, e ambicionando estender essa visão num contexto mais amplo, através de redes internacionais.
Autor: Paulo Cruz