“Não existem sonhos impossíveis para aqueles que acreditam que o poder realizador reside no interior de cada ser humano. Sempre que alguém descobre esse poder, algo antes considerado impossível, se torna realidade”. Albert Einstein - Físico alemão de origem judaica. Prémio Nobel da Física em 1921. - (1879-1955)
1 - Ano que finda, ano que começa. Este é o ritmo implacável e incontornável da vida. Para melhor entender esta alternância dos tempos, temos que ter uma consciência activa liberta de medos e de preconceitos, de modo a encararmos a realidade tal qual como ela é. Ao mesmo tempo, esta breve passagem terrena, porque é mesmo breve, também nos deveria motivar a aceitar esta sequencialização “atroz” com alguma confiança e com renovada esperança. Sim, essencialmente com esperança, como se costuma dizer nos momentos de aperto: “melhores dias virão”. Para isso, a mudança é sempre necessária.
Os tempos estão difíceis. É verdade! Mas não podemos cair, perante esta adversidade monstruosa que tem desassossegado cada um de nós. Adversidade que se enrolou noutras adversidades que já se arrastavam e se cristalizam de forma crua e avassaladora, por incúria dos zeladores da causa pública. Esses não zelaram como lhes competia. Como se comprometeram. Num tempo de pretensa auto-satisfação e de arrogância incontida, estamos vulneráveis e extremamente ansiosos que o vírus e as suas mutações passem e nos deixem viver com alguma tranquilidade. Bem preciso é.
2 - A perplexidade e o medo se instalaram na mente das pessoas. Com naturalidade. Humanamente compreensível. E para adornar ainda mais o ramalhete, o país está estagnado. Nota-se à distância. O movimento social é escasso, a dinâmica económica segue amorfa, os casos jurídicos de vergonha sucedem-se, a saúde deteriora-se, as políticas educativas estão na rua da amargura. A falta de profissionais na área educativa, com centenas e centenas de turmas sem professores e, nesta altura do ano escolar, é mau. É anormal. É incompreensível. É intolerável. Para enegrecer o cenário triste, a burocracia comanda os destinos das Escolas e o futuro de muitos jovens, principalmente dos mais desprotegidos, se compromete.
3 - Temos um país sem governo há longo tempo. Precisava-se de um governo a sério, nestes momentos complicados. Um governo de coragem. Realista. De rigor. Um governo que assumisse as suas responsabilidades por inteiro e tivesse sentido de Estado. Quando esse governo “existia”, ou seja, estava em funções abocanhadas, não fez o seu trabalho. Andou mais a divertir-se com as ideologias e com a distribuição dos recursos que não lhe pertencia; a fracturar a sociedade nacional e a dar cobertura aos extremistas que iam semeando ilusões e a debitar medidas para mundos irreais. Temos um governo zombie que perdeu oportunidades soberanas de pôr o país a crescer. A criar riqueza. A proporcionar outro futuro. Não aproveitou a conjuntura. Tudo era favorável. Juros baixos e com a UE a mandar “bazucadas” de milhares de milhões de euros para cá. Chovia dinheiro a cântaros em São Bento e no Terreiro do Paço. Para quê? O governo preferiu o mais fácil: propaganda e distribuir ilusoriamente para tudo ficar na mesma. Ou pior. Pelo menos, há mais pobreza. Uma indignidade!
4 - Os políticos do poder agarram-se aos casos de vergonha que vão aparecendo para tentar desviar o foco deste movimento insípido que caracteriza o viver deste povo. Todos os dias, surgem casos e casinhos. O caso da demissão do MAI, Eduardo Cabrita, era esperado. Há muito tempo. Estava agarrado ao poder com a cobertura do amigo Costa. Agora, foi o caso Rendeiro. Ao mesmo tempo, o caso dos ex-ministros de Sócrates, António Mendonça, Mario Lino e Teixeira dos Santos prescrevia. Foram onze anos a investigar. Dinheiro perdido. Tempo perdido. E tudo foi para as prateleiras do arquivo. Uma obscenidade. Em cima da mesa, mexe o caso Manuel Pinho. Mais um ex-ministro de Sócrates. Tirou prebendas do BES e da EDP. Tudo muito complicado.
5 - Será que o ano 2022 seguirá as pisadas de 2021? Não. Não pode seguir. De modo nenhum. Tem que ser diferente. Para isso acontecer, precisa-se urgentemente de mudança. Mudança de actores e de políticas. Mudança para mudar as linhas económicas e sociais. MUDANÇA!
Autor: Armindo Oliveira