O parque de merendas não é a primeira ou a segunda ou terceira prioridade de António Pedro Peixoto. É apenas uma das muitas coisas que pensou em fazer para o seu clube, para os sócios do seu clube. António Pedro é um homem de afetos, de proximidade, um homem que se preocupa com os seus pares mas não era efetivamente o parque de merendas que ele queria discutir com a pessoa que com ele vai lutar pelo assumir dos destinos do clube.
O tom jocoso de António Salvador e sim, chamei-o pelo nome, ao contrário dele que fala sempre do seu oponente como o outro candidato, como se ele tivesse vindo de Marte e ainda não tivesse sido batizado, desvalorizando as ideias de Peixoto e querendo reduzi-las a ridículos produzidos por alguém que não sabe o que diz e que nem imagina o que significa ser presidente de um clube, é apenas a prova de como se procura manipular as pessoas com discursos falaciosos.
A mais pura das verdades é que foi António Salvador que não quis debater, escudando-se atrás de desculpas esfarrapadas. Todos sabemos que nenhum jornalista perguntaria num debate sobre a construção de um parque de merendas. Mas todos sabemos que questões sobre custos da Academia, venda de ações, dinheiro de transferências de jogadores e questões afins apareceriam.
Foi o medo que não deixou António Salvador debater. Sozinho, só com um jornalista, sem que ninguém tenha direito ao contraditório, Salvador pode dizer o que quiser. E tanto é assim que a um jornal diz que não quis comprar as ações do clube devido a uma possível Opa que poderia ser lançada ao clube por este adquirir mais de 50 % das ações e na terça-feira, à Bola TV, disse que quis comprar as ações mas que quando as mandou comprar, já tinham sido vendidas.
Da mesma forma que há uns meses atrás se perdesse as eleições se demitiria da SAD e agora diz que vai apenas por o lugar à disposição. António Pedro Peixoto não estava lá para o confrontar com estas incongruências mas os sócios estavam em casa e ficaram estupefactos. A que se devem estas mudanças radicais de discurso? A pergunta é apenas retórica, eu sei a resposta. O cheiro do medo é mesmo real.
Desgosta-me o ar ditatorial com que Salvador gere o clube, incomoda-me o tom irascível em que fala dos adeptos, sempre disposto a lançar pedras a quem faz cem, duzentos, trezentos quilómetros para cantar “o orgulho do Minho somos nós”, enerva-me a prosápia prenhe de vaidades que glorificam aquilo que ele considera o verdadeiro reinado do clube, os anos da sua regência, esquecendo o passado de um clube quase centenário.
Estou cansada de António Salvador e do desdém e rancor que demonstra a todos que pensam de forma diferente dele. É um direito que me assiste. Por isso vou votar em Peixoto. Sei que ele pode amar pelos dois.
Autor: Ana Pereira