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Adeptos (dos) grandes e… BOA VISTA para nós

Já há futebol em Portugal e, finda uma jornada, percebemos a estranheza sentida no campeonato alemão por não termos visto nem ouvido (falar de) adeptos. Por cá também não podem ir para as bancadas e são desaconselhadas aglomerações perto dos locais onde os jogos se realizem. Atendendo a que no nosso país - ao que (a)parece na comunicação social - só existem três clubes, não parecia tarefa difícil para PSP e/ou GNR, fazer cumprir estas normas. Se bem nos lembramos, em momentos específicos, estas forças conseguiam impedir a generalidade da população, até, de ir ao concelho vizinho. Pois, mas nem tudo o que parece, é.

No decurso da nossa 1.ª jornada – pós COVID - uma claque, contrariando indicações, acompanhou o seu clube num percurso de 30 km. Na altura não percebi o porquê das forças de segurança, com a viagem amplamente divulgada nas redes sociais, não o terem impedido à partida. Mais estupefacto fiquei quando, no local, as autoridades em vez de aconselharem os adeptos a dispersar, decidem recompensá-los, autorizando o chefe da claque a levar o grupo para mais perto do estádio, para melhor se fazerem ouvir. A generalidade dos adeptos no futebol português ficou a saber, nesse dia, que o que a DGS diz, não é para ser cumprido. Tanto assim que, logo no dia seguinte, “elementos” de uma inexistente claque de um outro clube decidiram “mostrar-se” também, à equipa. Para não serem acusados de plágio, optaram por fazê-lo apenas no final do jogo e, ao que consta, um ou mais - com “pedra no rim”, por certo – aliviando-se de cima de um viaduto, inadvertidamente, é claro, atingiram o autocarro do clube, ferindo jogadores. Mas para o “apoio” ser mais visível, também foram às casas de alguns atletas e treinador, mostrar os seus dotes artísticos.

Pela cidade dos arcebispos, em casa e nos cafés, seguimos calmamente as incidências do jogo do SC Braga. No entanto, o impensável resultado final levou a que alguns adeptos se exaltassem - até com a equipa de arbitragem - nas redes sociais. No meu caso – cumprindo ordens presidenciais – ignorei a arbitragem e procurei no que é possível controlar - opções táticas pós-expulsão - os motivos do desaire. Para mim, pior que a derrota, foi o sistema tático (ou anárquico?) em que jogamos após as três substituições. Não acredito que aquela (des)organização alguma vez tivesse sido treinada, nem no pior período pandémico. Assim sendo, o que esperar das jornadas em falta?

Um pessimista verá neste reinício do Famalicão, uma cópia fiel do seu brilhante início do campeonato e… vamos lá para a semana; um Rúben Amorim a querer manter os seus números estratosféricos de vitórias na 1ª liga e a mostrar um Sporting diferente, para melhor; um SC Braga a parecer voltar aos tempos do Sá Pinto com resultados impensáveis para os objetivos pretendidos.

Um otimista, como eu sou, acredita que a nossa equipa técnica terá percebido onde erramos no último jogo e, quero acreditar, terá BOA VISTA para corrigir a situação, já no próximo jogo.


Autor: Carlos Mangas
DM

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12 junho 2020