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“O aborto é mais do que um problema. O aborto é um homicídio. O aborto sem meias palavras, quem faz um aborto, mata.” ( Papa “no regresso da Eslováquia, Set. 21)
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“…são infames as seguintes coisas: tudo o que se opõe à vida humana, como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário (…) Todas estas coisas e outras semelhantes são infamantes …” (II Concílio Vaticano, “Gaudium et Spes”, n.º22).
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Entre muitos outros documentos do Magistério da Igreja Católica, nunca ab-rogados, podem encontrar-se condenações firmes e claras sobre o aborto. Por exemplo: Código de Direito Canónico nºs 1398; 1355, 2; Catecismo da Igreja Católica , n.ºs 2271-2272; Vale a pena citar de S. João Paulo II, Magno, a Evangelium Vitae ou Paulo VI, a Humana vitae, entre inúmeros documentos pontifícios.
Continuo as citações:
“A Igreja Católica é contra o aborto e o senhor Biden é favorável. Uma pessoa não pode definir-se católico e ao mesmo tempo violar e invocar a violação das normas fundamentais da moral cristã.” (Hilarion Alfeyev, Metropolita ortodoxo do patriarcado de Moscovo, em 4 de Novembro de 2021).
Ora bem… Biden, que se diz católico, aprova e promove o aborto com milhões de dólares. Como pode ter ouvido do Papa, na visita que fez ao Romano Pontífice, que este lhe havia dito que continuasse bom católico e não lhe disse nada sobre a interdição de comungar que é objecto de polémica nos EUA, aliás porque ao promover e defender o aborto, não o praticando, incorre em excomunhão, logo não pode comungar. E Biden deve saber isto ou está confuso e só faz bem quem lhe chama a atenção da contradição em que vive !
Mas, o que mais me revolta e espanta é o silêncio da Santa Sé àquela afirmação de Biden. Será mesmo verdade que o Papa o aconselhou a continuar um bom católico. Continuar como pensa que é ser-se católico e não a tornar-se um bom católico.
Mutatis mutandis, pode um cidadão não ser pirómano e aprovar os actos de piromania e dar dinheiro com fartura para que aqueles façam mais incêndios e não sejam penalizados por esse acto criminoso? Ou que alguém não roube mas pague generosamente aos ladrões e os louve? Na minha terra, e penso que em todo o Portugal, se diz, com a sabedoria do povo que «tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta»! Sim, o povo reprova o roubo e os que o acobertam.
Sendo o aborto um crime, e temos de o dizer muito claramente, porque o aborto mata um ser humano indefeso, que não pode gritar por socorro e fugir, morto à traição, homicídio sem classificação, que a Igreja e muitos homens e mulheres não crentes condenam veementemente, como pode o senhor Biden aproximar-se em estado de excomunhão latae sententiae (automática e sem necessidade de ser promulgada expressamente) da comunhão? (Há muitos “Biden” portugueses que, por exemplo, aprovaram a lei da Eutanásia!).
E nesta questão do direito à vida que o aborto ataca irreversivelmente, não pode haver meias palavras quando a decisão de praticar o aborto, aconselhar ou fazer é consciente. O aborto é um crime abominável contra a vida humana. Biden deve sabê-lo. E o silêncio da Santa Sé neste caso concreto gravíssimo é intolerável mesmo tratando-se do presidente dos EUA.A gravidade do crime conscientemente cometido não pode ser mais ou menos grave consoante o poder, a influência ou riqueza de quem o comete. Seria, é, uma forma inqualificável de discriminação intolerável de todo.
“É lamentável que um dos primeiros actos oficiais do presidente Biden promova activamente a destruição de vidas humanas nas nações em desenvolvimento (…) Esta Ordem Executiva é contrária à razão, viola a dignidade humana e é incompatível com o ensino católico” (Arcebispo Joseph Naumann, Presidente da Comissão das Actividades Pró-Vida da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA e Bispo David Malloy Presidente da Comissão Justiça e Paz Internacional ).
Como pode o Papa conciliar o que disse sobre o aborto e tem, e muito bem, repetido inúmeras vezes, com o silêncio da Santa Sé face às afirmações de Biden após a audiência que o Papa lhe concedeu? Não compreendo. Revolta-me. Dou comigo a pensar que precisamos de uma Igreja sofredora e perseguida pela verdade, como foi Jesus em toda a Sua vida e os inúmeros mártires de todos os tempos.
Autor: Carlos Aguiar Gomes